segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DILMA TEM ESTRATÉGIA PARA CONTROLAR BASE ALIADA


A presidente Dilma discursa em evento na Prefeitura de São Paulo, na semana passada
A presidente Dilma discursa em evento na Prefeitura de São Paulo, na semana passada
O plano esbarra em duas dificuldades: a presidente ainda não se recuperou do tombo de popularidade na esteira dos protestos de junho e a economia brasileira, com os cofres públicos minguados, limita o poder de barganha oficial.
Na reunião com líderes, a presidente terá à sua frente representantes da base mais infiel a um presidente da República desde 1989, conforme mostrou a Folha ontem.
Em julho, ao avaliarem a rebelião no Congresso, auxiliares de Dilma fizeram nos bastidores um diagnóstico jamais admitido publicamente: o Planalto perdera suas condições de governabilidade na Câmara, casa mais hostil a ela do que o Senado.
Partidos, o seu PT incluído, empresários, setor financeiro e até mesmo funcionários do Executivo passaram a elevar o tom das críticas e, no caso do Congresso, a cobrar caro pelo apoio.
Foi justamente nesse período que se mudou a dinâmica de votações dos vetos presidenciais. Se, antes, eles mofavam no escaninho do plenário, agora passarão a ser apreciados com regularidade quase mensal. Foi um recado dos aliados.
Embora Dilma não tenha uma agenda legislativa ambiciosa para o segundo semestre, teme ver ciladas armadas por insatisfeitos que tentar surfar na atual fragilidade do Planalto.
Há duas semanas, ela montou uma força-tarefa para garantir o empenho de emendas parlamentares (recursos que congressistas remetem às suas bases eleitorais).

FRICÇÕES
O objetivo era iniciar agosto reduzindo as fricções que distanciam a base aliada de seu comando.
Embora ela tenha preparado um script mais político para reunião de hoje, Dilma deve apresentar alertas sobre o cenário econômico atual. O prognóstico de baixo crescimento e pressão inflacionária recomenda cautela.
Até dezembro de 2012, dizia-se nos bastidores que, a despeito das tradicionais reclamações em relação à falta de diálogo e ao estilo centralizador da presidente, o governo navegada sobre mar nervoso, mas sempre chegava em terra firme.
Precisou acelerar o empenho de R$ 6 bilhões em emendas parlamentares, mandar que ministros fizessem a corte aos congressistas e, agora, convocar a reunião de líderes para mostrar que a presidente está aberta ao diálogo

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