terça-feira, 14 de outubro de 2014

DILMA IRONIZA O FIM DA REELEIÇÃO PROPOSTA POR AÉCIO E MARINA


Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada: 'Ninguém consegue fazer um governo efetivo com quatro anos' (Daniel Ferreira/CB/D.A Press)
Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada: "Ninguém consegue fazer um governo efetivo com quatro anos"
Defendido pela presidenciável derrotada Marina Silva (PSB) como um dos pontos que o candidato do PSDB, Aécio Neves, deveria acrescentar no programa para receber o apoio da ex-ministra, o fim da reeleição foi ironizado ontem pela presidente Dilma Rousseff (PT). Antes de participar de um evento em prol de um plebiscito para a reforma política, a petista disse que a proposta do tucano não está clara. “É uma renegociação para aumentar para cinco anos e depois prorrogar? É o tipo (de proposta) que tem que ir para a mesa clarinha antes de a gente se pronunciar”, disse. “Ninguém consegue fazer um governo efetivo com quatro anos. Com cinco? Pode ser, eu não sei”, completou.

A proposta de reforma política, segundo ela, só seguirá adiante se for encampada pela população em um plebiscito. Ela defende o financiamento público de campanha e por meio de pessoas físicas, além do fim das coligações proporcionais. Ainda de acordo com ela, só é possível combater a corrupção com uma reforma. “Não haverá outra forma, por mais que a gente tenha mudado as práticas, porque não aparelhamos a Polícia Federal, como fizeram em outros governos tucanos”, alfinetou.

Dilma ainda falou sobre a declaração do secretário de Política Econômica, Márcio Holland — ele sugeriu que as pessoas deveriam comer frango em vez de carne devido à alta nos preços, e o comentário reforçou as críticas da oposição sobre a má condução da política econômica. “Jamais daria esse conselho, porque acho que as pessoas têm direito de comer carne, ovo e frango”, disse Dilma. De acordo com a presidente, Aécio Neves também não diz o que vai fazer para controlar a inflação. “Não tem mágica a fazer. Temos uma política duríssima de combate à inflação, como tivemos e vamos ter ainda mais. Mas não tem como querer impedir flutuação de preços. Não faremos controle de preços. Isso está descartado.”

A petista ainda se explicou sobre a carta elogiosa que ela enviou ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no aniversário de 80 anos do tucano, apresentada pela campanha de Aécio Neves como uma contradição no discurso de Dilma. “Acho que a estabilização da moeda é um grande ganho, porém não significa estabilização da economia. Não podemos confundir os cumprimentos”, alertou. Nos ataques ao adversário, ela acrescentou que achou infeliz a comparação que Marina fez entre Aécio e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Se você comparar o resultado de ambos, é sinal trocado. O que Lula fez pelo Brasil foi crescer, empregar, investir em saúde e educação. O que o candidato adversário fez foi deixar uma monstruosa dívida no estado dele.

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