segunda-feira, 31 de março de 2014

GOVERNO TENTA IMPEDIR CRIAÇÃO DA CPI DA PETROBRÁS NO SENADO

- Integrantes da base aliada no Congresso e do próprio governo intensificam nesta segunda-feira, 31, articulações para tentar evitar a criação da CPI da Petrobrás no Senado, cujo requerimento de abertura tem leitura em plenário prevista para esta terça, 1º, pelo presidente do Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). 
Apesar da previsão de leitura, não há regimentalmente nenhum prazo estabelecido para que isso ocorra. Ou seja, caso queira, Renan pode adiar a leitura em plenário. Segundo apurou o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, essa possibilidade é uma aposta de integrantes do Palácio do Planalto que vêm acompanhando de perto o desenrolar das discussões.
Antes mesmo de tomar posse como ministro de Relações Institucionais, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) participa de uma série de reuniões nesta segunda-feira com aliados em que o tema central será a criação da CPI. A posse do petista está prevista para esta terça. "Normalmente se estabelece uma distorção do processo investigatório em uma CPI. Evidentemente fica uma disputa entre oposição e base e um clima de instabilidade. Isso interessa apenas à oposição e não à situação", afirmou Berzoini.
Na semana passada, líderes da oposição protocolaram requerimento com 28 assinaturas para abertura da comissão na Casa. O texto do requerimento tem como objetivo investigar supostas irregularidades cometidas entre 2005 e 2014, entre elas a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A aquisição já é investigada por órgãos fiscalizadores por suspeita de superfaturamento.
Senadores da bancada do PT também vão se reunir nesta segunda-feira para discutir uma estratégia para tentar esvaziar a CPI. "Vamos sentar pela manhã e à tarde para fazer uma avaliação. Obviamente que a primeira alternativa nossa é não ter a CPI. A segunda é ver como seria administrada a comissão e avaliar essa ideia de ter uma CPI mais ampla", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).
CPI ampla. A ampliação do tema que poderá ser investigado pela CPI ainda não é consenso e pode até parar na Justiça, o que levaria ao adiamento da criação da comissão por tempo indeterminado. "A partir do momento que se judicializa não depende mais do mundo político. Aí quem define o ritmo é quem estiver com a ação na mão. Mas não tem nenhuma estratégia fechada. Vamos discutir nesta segunda-feira", afirmou Berzoini. "Essa questão do adendo ainda não está pacificada. Quem decide é a Mesa do Senado, a Comissão de Constituição e Justiça, e em última instância o Supremo Tribunal Federal", considerou Humberto Costa.
Integrantes do governo e do PT defendem que o foco da investigação seja ampliado e alcance também as denúncias de formação de cartel e fraudes em licitações de trens em São Paulo e Porto de Suape, em Pernambuco. Em ambos os casos, os maiores prejudicados seriam partidos de oposição como o PSDB e o PSB.
Incomodado com a possibilidade de também ter Suape na lista de investigação dos congressistas, o governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), teria ligado para parlamentares da base aliada informando que também colocaria em discussão a investigação da Transpetro e da Eletrobras, controladas pelo PMDB.
Agenda positiva. Em meio à discussão da criação de uma CPI, considerada como uma pauta negativa para o governo, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), tentará colocar votações de apelo popular na pauta da Casa.
"Tem um esforço concentrado que vamos fazer na semana do dia 7, segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Já apelei à Câmara para isso, para fazer esse esforço concentrado em todos esses dias para votar uma pauta remanescente que está aí desde outubro, como a regulamentação de empregada doméstica, corrupção como crime hediondo, regras para as casas de espetáculos, como foi o caso de Santa Maria, o projeto dos cinegrafistas, reforma política", listou Alves

GOVERNO ESTÁ PERDENDO O CONTROLE DA INFLAÇÃO


Copom, presidido por Alexandre Tombini, se reúne nesta semana para decidir sobre Selic
Copom, presidido por Alexandre Tombini, se reúne nesta semana para decidir sobre Selic (Ueslei Marcelino/Reuters)
Analistas consultados pelo Banco Central elevaram suas estimativas para a inflação neste ano. Segundo mostra o relatório semanal Focus, divulgado nesta segunda-feira, a expectativa média para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,28% para 6,30%, aproximando-se ainda mais do teto da meta oficial, de 6,5%. O número é também maior do que a expectativa do BC para o ano, de 6,1%, divulgada no Relatório Trimestral de Inflação na semana passada. 
Mesmo assim, os economistas mantiveram sua perspectiva para a Selic, taxa básica de juros, neste ano em 11,25%. A perspectiva para a inflação é um dos componentes que mais pesam na avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) em suas reuniões periódicas, em que são definidos os rumos da taxa de juros do país. A próxima acontecerá nesta terça e quarta-feira e a expectativa é de que o Copom eleve ainda mais os juros - que estão em 10,75% - diante de uma inflação persistente. Para 2015, o mercado manteve também sua expectativa média para o IPCA e para a Selic em 5,80% e 12% ao ano, respectivamente. 
Ainda segundo o Banco Central, o mercado diminuiu de 1,70% para 1,69% sua estimativa média para o crescimento da economia brasileira neste ano. Para 2015, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não foi alterada, permanecendo em 2%. 
No Relatório Trimestral de Inflação, o BC projeta alta de 2% para o PIB neste ano, menor que o resultado de 2013 (2,3%) e mais baixo também do que a estimativa da Fazenda, de 2,5%

FOI DILMA QUEM PROVOCOU OS ESTRAGOS NO SETOR ENERGÉTICO DO BRASIL


 (AFP PHOTO / Evaristo Sa )

A economista Dilma Rousseff fez carreira política e ganhou fama de gestora pública ferrenha ao se apresentar como especialista no planejamento do setor energético. Alçada, em 2011, à Presidência da República, ela assiste agora, no último ano de seu mandato, a uma consolidação de turbulências simultâneas nas áreas de eletricidade, petróleo e etanol, provocadas por suas decisões polêmicas, algumas tomadas ainda quando era ministra de Minas e Energia e, depois, da Casa Civil. Essa crise, cada vez mais evidente, tem gerado impactos crescentes na saúde fiscal da União, na balança comercial e nas projeções de crescimento econômico do país.

O quadro de estresse no setor preferido da presidente (veja quadro) reúne nós difíceis de desatar. Numa das pontas, ecoam a ameaça crescente de um racionamento de energia e o fato de as distribuidoras de eletricidade dependerem cada vez mais de mesadas do Tesouro Nacional para não quebrarem. Na outra, estão os preços defasados dos combustíveis, que, além de minarem o caixa da Petrobras, estão estraçalhando as contas externas do país. Para completar, há o desarranjo do complexo sucroalcooleiro, com usinas que acreditaram na promessa de renovação da matriz energética brasileira, investiram pesado apostando no aumento do consumo que não veio e, agora, só contabilizam prejuízos. A situação é tão preocupante nesse segmento que, em nenhum estado do país, é mais vantajoso abastecer o carro com álcool.

O problema para o consumidor, ao menos por enquanto, não é a falta de energia, mas sim o aumento no
valor da conta a ser paga”
Fábio Luiz Cuberos, diretor da Safira Energia


“O que estamos assistindo é a coroação de medidas equivocadas, tomadas de forma voluntarista, sem ouvir os agentes do ramo. O problema é que a fatura dos estragos está sendo compartilhada com toda a sociedade”, observa um executivo da área de açúcar e álcool, elo mais frágil da matriz energética, imprensado pela indústria petroleira e pela geração elétrica. Depois de pedidos reiterados de socorro federal, o conjunto estratégico de usinas de etanol do país — concentradas no Triângulo Mineiro, em Goiás e no oeste de São Paulo — começa a dar marcha a ré ao ousado processo de resistência energética do país, iniciado em 1975 com o Proálcool. Tudo porque o governo insiste em obrigar a Petrobras a vender gasolina importada por preços irreais

BRASILEIROS QUEREM ANULAR A LEI DA ANISTIA

Pesquisa Datafolha aponta que maior parte dos brasileiros quer anular Lei da Anistia
Foto: Arquivo / Reprodução
Maior parte da população é a favor da anulação da Lei da Anistia como ela é aplicada atualmente. De acordo com pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (31) – quando o golpe militar de 1964 completa 50 anos – 46% disseram ser a favor, 37% contra e 17% não souberam opinar. Ainda segundo a pesquisa, existem mais brasileiros a favor de punições para as pessoas que torturaram presos políticos, 46%, do que contra, 41%. O resultado, segundo o Datafolha, é o inverso do encontrado em 2010: 45% contra e 40% a favor. Entre os que têm nível superior e ganham mais de R$ 7.240, o apoio à punição de torturadores sobe para 58%. A pesquisa atual, com 2.614 entrevistas, foi feita em 19 e 20 de fevereiro, antes da publicação de diversas reportagens sobre os 50 anos do golpe e da repercussão do depoimento do coronel reformado Paulo Malhães à Comissão Nacional da Verdade. No último dia 25, Malhães narrou como torturava, matava e dilacerava corpos de opositores durante a ditadura. Disse não ter qualquer arrependimento disso. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos

Luiz Inácio Lula da Silva
"A Dilma é que nem o Tite. Não deixa o time jogar"

Ex-presidente da República, ao comparar a postura da sua sucessora à do ex-técnico do Corinthians, famoso por atuar na defensiva.
Reserva de luxo do PT, Luis Inácio Lula da Silva espera de camarote o desenrolar dos trabalhos da implantação da CPI da Petrobrás no Senado, para aparecer no cenário político eleitoral.
Caso o desempenho da sua sucessora não consiga ultrapassar a crise política deflagrada com o escândalo da Petrobrás, o LULA entrará em campo, sendo o candidato do partido dos trabalhadores, atendendo o apelo do movimento "volta LULA"
O ex presidente se considera imbatível no pleito eleitoral que se aproxima e parece muito tranquilo com a atual situação política do país.

"MAIS MÉDICOS" VAI BENEFICIAR MAIS DE 46MILHÕES DE BRASILEIROS

Dilma diz que em abril Mais Médicos beneficiará 46 milhões de pessoas no país
Foto: Reprodução
Com projeção de ter em abril um total de 13.235 médicos em atuação em 4.040 cidades, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (31) que o Programa Mais Médicos vai beneficiar 46 milhões de pessoas. Hoje, segundo a presidente, o programa já beneficia 33 milhões no país, seja em periferias de grandes e médias cidades, seja em municípios do interior. Durante o programa semanal “Café com a Presidenta”, Dilma contabilizou 9.490 profissionais já em atividade em 3.025 municípios e 31 distritos indígenas. No quarto mês do ano, a presidente espera atender toda a demanda das cidades. “Agora em abril estão chegando mais 3.745 médicos. Aí, nós estaremos atendendo 100% do que foi pedido pelos municípios quando iniciamos o Programa Mais Médicos”, disse. Segundo ela, não haverá local desassistido no país. “Não teremos mais aquela situação, que é inaceitável, de municípios sem nenhum médico. Deixará de ser comum aquilo que ocorria em vários municípios, de só ter médico no posto um ou dois dias da semana, ou até, imagine só, um ou dois dias por mês. Serão, a partir de abril, cerca de 46 milhões de pessoas mais bem atendidas e com médicos perto das casas.

domingo, 30 de março de 2014

PRIMO DO EX PRESIDENTE DA PETROBRÁS É DEMITIDO SUSPEITO DE CORRUPÇÃO


José Orlando Azevedo à esquerda) é primo do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli
José Orlando Azevedo (à esquerda) é primo do ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli   (Divulgação)
A Petrobras demitiu o engenheiro José Orlando Azevedo, ex-presidente da Petrobras America entre 2008 e 2012, período em que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi questionada judicialmente pela estatal. A refinaria era controlada pela subsidiária. Azevedo é primo do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e ocupava atualmente o cargo de diretor comercial da Transportadora Associada de Gás (TAG).
Azevedo estava à frente da subsidiária durante o processo que resultou no pagamento de 820 milhões de dólares pela Petrobras para aquisição da refinaria de Pasadena. Funcionário de carreira, ele foi indicado ao cargo pelo primo, mas foi substituído em 2012, logo após a posse da atual presidente da estatal, Graça Foster. Desde então, ele ocupava a diretoria da subsidiária de gás. A demissão foi definida na última quinta-feira, em reunião da diretoria da empresa, e revelada pelo jornal O Globo deste sábado.
Em nota, a Petrobras confirmou a demissão, considerada "rotineira". "A substituição do Sr. José Orlando Azevedo foi uma mudança de caráter gerencial rotineira. Junto com essa substituição, na mesma pauta, foram aprovadas mais oito alterações e reconduções", diz o comunicado.
Esta é a segunda demissão na diretoria das subsidiárias da Petrobras em duas semanas. No dia 21 de março, Nestor Cerveró, diretor da área internacional da estatal na época da compra da mesma refinaria, foi exonerado do cargo de diretor financeiro da BR Distribuidora, que ocupava desde 2012. Ele também havia sido afastado da área internacional da Petrobras por Graça Foster em 2012.
Cerveró é apontado como articulador da aquisição da refinaria de Pasadena e autor do "resumo executivo" apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras, em 2006, para embasar a avaliação da compra. Ao justificar o seu aval à compra da refinaria, Dilma Rousseff classificou o relatório como "falho" e "incompleto". Pasadena, que havia sido adquirida pela empresa belga Astra Oil por 42,5 milhões de dólares em 2005, acabou custando à estatal brasileira 1,2 bilhão de dólares.
A transação está sendo investigada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União há pelo menos um ano. A Petrobras, entretanto, só abriu auditoria interna para apurar as denúncias na última segunda-feira, dois anos após as primeiras denúncias de irregularidades no negócio. Outro articulador da aquisição, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, está preso desde o dia 20 de março. Ele foi citado nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, suspeito de receber propina em um esquema que desviou 10 bilhões de dólares

EX DONO DA PASADENA TEM NEGÓCIOS NO SETOR ELÉTRICO DO BRASIL

Dono da Astra Oil é ligado a área de energia no Brasil

A venda da refinaria de Pasadena à Petrobrás foi comemorada pela Astra Oil, do barão belga Albert Frère, como "um triunfo financeiro acima de qualquer expectativa razoável". O grande negócio, no entanto, não foi a única aposta lucrativa do magnata de 87 anos em relação ao Brasil. Operações de empresas da área de energia ligadas ao homem que "na Bélgica, manda mais que o rei", segundo um dito popular do país, espalham-se por 12 Estados brasileiros e renderam, só em 2013, lucros próximos de R$ 1,73 bilhão. O coração da rede ligada ao bilionário no Brasil é sua participação na gigante GDF-Suez. Frère detém 5,3% da empresa de energia, em sociedade com o governo da França - o Estado francês tem 35,9%. A GDF-Suez participa da construção da usina de Jirau, em Rondônia, em consórcio com Mitsui & Co. e Eletrobrás e conta com financiamentos da ordem de R$ 9,5 bilhões do BNDES. A GDF-Suez, por sua vez, detém 68,7% da Tractebel Energia, maior geradora privada de eletricidade do Brasil, que opera em dez Estados e controla nove hidrelétricas, quatro termelétricas, dez usinas complementares e está construindo outras duas eólicas. Outro ramo de atuação ligado a Frère é a exploração do pré-sal. A petrolífera Total, na qual o barão tem 4% de participação acionária por meio do grupo Bruxelles Lambert (GBL), conquistou no ano passado o direito de explorar o campo de Libra, em consórcio com Petrobras, Shell e as chinesas CNPC e CNOOC. A fatia da Total é de 20% do bloco. A companhia já explora, também, o poço de Xerelete, na Bacia de Campos. A Iberdrola, empresa espanhola de energia na qual Albert Frère detém participação acionária de 0,6%, também atua no Brasil. Conforme noticiou a Agência Estado, a empresa pretende investir a maior parte de 9,6 bilhões (mais de R$ 29 bilhões) líquidos nos próximos três anos no Brasil, Reino Unido, México e Estados Unidos, enquanto a Espanha ficará com 15% do total.

LULA DIZ QUE DIlMA TEM QUE SAIR DA DEFENSIVA

- Preocupado com o inferno astral do governo, a quase seis meses da eleição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a dirigentes do PT que a presidente Dilma Rousseff precisa sair da defensiva e dar "caneladas" nos adversários. Na sua avaliação, Dilma deve aproveitar o fim da reforma ministerial para mudar radicalmente o modelo de articulação política com o Congresso. "A Dilma é que nem o Tite. Não deixa o time jogar", disse Lula, em referência ao técnico que comandou o Corinthians de 2010 a 2013. Tite conquistou todos os títulos possíveis - incluindo a Libertadores e o Mundial, em 2012 -, mas deixou o clube com fama de preferir a retranca às jogadas individuais, o que o levou à 10.ª posição e ao recorde de empates num Campeonato Brasileiro (17 em 38 partidas).
Corintiano roxo e acostumado a ver semelhanças entre política e futebol, Lula comparou Dilma a Tite em conversas com pelo menos três petistas. No momento em que o Planalto é ameaçado pela CPI da Petrobrás, a popularidade de Dilma cai e uma agência internacional rebaixa a nota de crédito do Brasil, o ex-presidente não esconde a agonia com a sucessão de más notícias.
Lula foi um dos padrinhos da indicação do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que na terça-feira substituirá Ideli Salvatti na Secretaria de Relações Institucionais. "Daqui a pouco eu não consigo falar aqui nem com o porteiro da Casa Civil", disse Ideli, de malas prontas para a pasta de Direitos Humanos, após várias tentativas infrutíferas de se comunicar com o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na semana passada.
Diante do racha entre os aliados do governo no Congresso, Berzoini dividirá a articulação política com Mercadante e terá a missão de pacificar a Câmara, onde o PT está revoltado e o PMDB lidera um grupo de insatisfeitos batizado de "blocão" .
Em reuniões com coordenadores da campanha de Dilma, Lula tem dito que sua sucessora precisa dar mais atenção ao mundo político e empresarial, se quiser ser reeleita. No seu diagnóstico, ela necessita delegar tarefas, romper o isolamento e deixar os ministros trabalharem com autonomia, pois só assim vencerá a batalha da comunicação.
Bateu, levou. Para Lula, a equipe de Dilma deve sintonizar o discurso e reagir de forma dura, na linha "bateu, levou", à ofensiva do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), adversários do PT na disputa pela Presidência.
"Nós não temos nada a esconder numa CPI da Petrobrás, mas lamentamos que ela seja usada para palanque eleitoral. Aliás, estranhamos que a oposição não tenha a mesma veemência para investigar denúncias no metrô de São Paulo e no porto de Suape, em Pernambuco", insistiu a senadora Gleisi Hoffmann (PT), ex-chefe da Casa Civil, dando o tom da estratégia do governo para implodir a CPI.
A queda na popularidade de Dilma e de sua gestão, apontada na última pesquisa CNI/Ibope, foi o ingrediente que entornou o caldo de preocupações petistas e fez ressuscitar o coro do "Volta, Lula". De fevereiro a março, o índice de eleitores que consideraram o governo bom ou ótimo caiu de 39% para 36%, mas a queda em relação a novembro foi de 7 pontos. É um patamar próximo do registrado nos protestos de junho. Até beneficiários do Bolsa Família demonstraram insatisfação com Dilma.
"O presidencialismo no Brasil é tão imperial que o mau humor da presidente se reflete na sociedade. É o efeito bumerangue", provocou Aécio. "O cristal quebrou porque governante que não ouve dá as costas para o povo", disse Campos.
Empresários, políticos e sindicalistas que têm conversado com Lula saem com a impressão de que até hoje ele não desencarnou totalmente do governo e sofre no banco de reserva. Mesmo assim, antes de viajar para a Espanha, na quarta-feira, o ex-presidente jogou um balde de água fria em quem o sondou sobre a possibilidade de sair candidato. "Não existe isso. Vou fazer campanha para Dilma de manhã, de tarde e de noite", prometeu.
Apesar da garantia, Lula nega estar pendurando as chuteiras e faz mistério sobre planos. Quando questionado, recorre ao clássico "o futuro a Deus pertence", abre um sorriso e repete um bordão: "Se me encherem muito o saco, volto em 2018". Ninguém sabe, porém, se esse projeto existe mesmo. Declarações de Lula, dizem os petistas, são como parábolas da Bíblia: cada um interpreta de um jeito

P.T. FAZ ALIANÇA PARA CONTROLAR CPI DA PETROBRÁS

A iminência da abertura de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a Petrobrás levou o Palácio do Planalto e o comando da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff a começar um processo de reaproximação com o PMDB, após semanas de uma intensa disputa política com o principal aliado. O objetivo é consolidar apoios no Congresso que ajudem a blindar Dilma durante a investigação. Em troca, o PT cede espaços na elaboração dos palanques regionais. O primeiro caso a ser revisto foi justamente onde as negociações estavam mais complicadas: Ceará. No Estado, a crise na Petrobrás pôs fim à disputa de meses entre os irmãos Cid e Ciro Gomes e o senador Eunício Oliveira (PMDB), que reivindicava o direito de disputar o governo. Eunício, que chegou a ser convidado para assumir o Ministério da Integração Nacional para abrir caminho para os irmãos Gomes, rejeitou a oferta de Dilma e afirmou que só aceitaria a candidatura ao governo. Passou, desde então, a frequentar todas as reuniões de grupos dissidentes. Mas os problemas na estatal aceleraram a solução. Com o aval da presidente, ele será o candidato da base.
Aos irmãos Gomes restou o lançamento de Ciro ao Senado, numa disputa com seu ex-padrinho Tasso Jereissati (PSDB), apontado nas pesquisas como favorito à única cadeira em jogo. A entrada de Ciro na corrida ao Senado sacrificou o deputado José Guimarães, ex-líder do PT na Câmara e vice-presidente do partido.
A crise na Petrobrás também deverá empurrar o PT do Maranhão para uma aliança com o senador José Sarney (PMDB-AP) e com a governadora Roseana Sarney (PMDB). Até agora, uma forte ala do PT insistia em romper com os Sarney e apoiar Flávio Dino, do PC do B. Mas, por causa da CPI da Petrobrás, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente fechou o acordo para que os petistas desistam de Dino. Com isso, o PSB do governador Eduardo Campos formalizará aliança com o maior adversário de Sarney, lançando ao Senado o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha.
Na Paraíba, a ordem é levar o PT para o PMDB do senador Vital do Rêgo. Escolhido em setembro ministro da Integração pelos senadores peemedebistas, Vital não chegou a ser convidado por Dilma para a função. No auge da crise com o PMDB, há um mês, ela ofereceu a ele o Ministério do Turismo. O senador não aceitou. Na coleta de assinaturas para a criação da CPI da Petrobrás, ele disse que não daria seu apoio por pertencer à base do governo. Dilma decidiu que o PT deverá apoiar o candidato Veneziano do Rêgo ao governo. Ele é irmão de Vital.
A CPI da Petrobrás deverá mudar também o quadro político em Goiás. O PT havia decidido que só se aliaria ao PMDB se o candidato fosse o ex-governador Iris Rezende. Mas o partido passa por uma disputa interna, com favoritismo de José Batista Júnior, o Júnior da Friboi. Há, nesse instante, uma pressão interna do PT para que o partido desista de lançar a candidatura do prefeito de Anápolis, Antonio Gomide, e apoie o nome do PMDB, mesmo que seja Júnior da Friboi.
O Planalto já sente os efeitos da reaproximação. A bancada do PMDB no Senado defende que o foco da CPI seja ampliado e alcance denúncias de cartel e fraudes em licitações de trens em São Paulo e o porto de Suape, o que atingiria partidos da oposição, como PSDB e PSB.
Danos. Com a estratégia de concessões nos Estados, o governo quer reduzir danos políticos que a CPI deverá causar. O mais certo deles é que Dilma vai atravessar a campanha presidencial tendo de administrar as denúncias contra a estatal e as revelações que forem surgindo. A economia também pode ficar mais vulnerável, já que a maior empresa do País estará sob investigação. Outro fator é que as condições da eleição na Bahia, o quarto maior colégio eleitoral do País, ficarão ainda mais difíceis.
"O ex-presidente da Petrobrás era do PT e agora está no governo Jaques Wagner, que era do Conselho de Administração na época em que a refinaria de Pasadena foi adquirida. A crise tem a digital do PT baiano", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB), do grupo dissidente, irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pretende concorrer ao governo do Estado contra o PT. "O desenrolar da CPI pode significar uma diminuição no apoio a Dilma. Se ela perder credibilidade, até partido que recebeu ministério na reforma pode pular fora", disse.
Como consequência, o PT da Bahia quer se fortalecer com outros partidos da base. O candidato a governador é o deputado Rui Costa, que terá na vice o deputado João Leão, do PP. Wagner desistiu de disputar o Senado para abrir espaço para o atual vice-governador, Otto Alencar (PSD).

CIDADES APAGAM AS LUZES NA HORA DO PLANETA


O apagão da Hora do Planeta neste sábado (29/3), das 20h30 às 21h30, deve chegar a pelo menos 106 cidades brasileiras. O evento é promovido anualmente pela organização não governamental WWF para conscientizar a população mundial sobre a importância da conservação da natureza e de comportamentos sustentáveis.
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Durante uma hora, as luzes de importantes monumentos serão desligadas. Vão participar da ação o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e a Igreja São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha), em Belo Horizonte, e outros 300 monumentos em todo país. A WWF-Brasil promove um evento oficial da Hora do Planeta na Praça Victor Civita, em São Paulo.


Um dos primeiros países a inaugurar a campanha este ano, que envolve mais de 150 países, foi a Nova Zelândia. Às 20h30 local apagaram-se as luzes durante uma hora do Parlamento, museu de Auckland e da torre Sky Tower e em milhares de lares do país.

Também está previsto que hoje sejam apagadas as luzes de monumentos como o Empire State Building, Tower Bridge, Castelo de Edimburgo, Portas de Brandenburgo, Torre Eiffel, Kremlin e Red Square, em Moscou, Ponte do Bósforo que liga a Europa à Ásia, e o edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa.

Em 2013, a Hora do Planeta foi comemorada por mais 2 bilhões de pessoas, em 154 países, segundo a WWF

CONCLUSÕES SOBRE A ECONOMIA BRASILEIRA SÃO PRECIPITADAS


 (Blog do Planalto)

O rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, na semana passada, foi rebatido de forma indireta neste sábado (29/3) pela presidente Dilma Rousseff, que disse que não vai se abalar com “julgamentos apressados” e com “conclusões precipitadas” sobre a economia brasileira. Em tom alarmista, Dilma disse que “a realidade desmentirá” as previsões pessimistas feitas sobre o país. “Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre se impõe”, disse a presidente, durante discurso no Fórum Econômico da América Latina, realizado este fim de semana, na Costa do Sauípe, Bahia.


Dilma acredita que especulações e até interesses políticos têm prejudicado avaliações isentas sobre o desempenho da economia brasileira. “Em alguns momentos, expectativas, especulações, avaliações e até mesmo interesses políticos podem obscurecer a visão objetiva dos fatos. Para nós, o que importa é que continuaremos a agir para manter o pais no rumo certo, sem abdicar em nenhum momento do nosso compromisso fundamental com a solidez da economia e com a inclusão e o desenvolvimento social e ambiental do país”, contou a presidente.


Durante o governo Dilma Rousseff, a média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu à metade do que era durante o segundo mandato do ex-presidente Lula. Os 2% alcançados por Dilma são o pior desempenho desde o governo Fernando Henrique Cardoso, motivo pelo qual levou a agência de classificação de risco Standard & Poor’s a rebaixar de "BBB" para "BBB-", na semana passada. Agora, o país está no último degrau na escala de grau de investimento. Se perder a nota, será rebaixado para a categoria de economia especulativa
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sábado, 29 de março de 2014

VOTO ABERTO TORNA RENÚNCIA ROTINA NA CÂMARA FEDERAL

O deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB-RO) submeteu-se ao processo de cassação no plenário da Câmara dos Deputados
O deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB-RO) submeteu-se ao processo de cassação no plenário da Câmara dos Deputados (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados )
Ao longo de décadas, o histórico de coorporativismo fez do Congresso Nacional um retrato da impunidade. Foram arquivadas dezenas de processos de cassação de mandato de deputados e senadores cujas condutas violoram o preceito básico da conduta dos congressistas, o chamado "decoro parlamentar". O mineiro Edmar Moreira (PR-MG), celebrizado como "deputado do castelo", resumiu o entendimento comum na Casa quando assumiu o cargo de corregedor da Câmara, em 2009: as investigações no Legislativo brasileiro não avançam por causa do "vício insanável da amizade". Nos últimos meses, entretanto, dois fatores parecem ter mudado esse cenário: o Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizou o fim da impunidade de políticos corruptos; e o Congresso, enfim, aprovou o voto aberto para cassações de mandato.
Desde dezembro, seis deputados envolvidos em casos de corrupção abriram mão de seus mandatos. Pelo menos quatro deles – os mensaleiros José Genoino, João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto e Pedro Henry – abandonaram o cargo eletivo para se livrar da abertura de um processo de cassação. Não fosse a votação aberta, provavelmente os condenados do mensalão não teriam desistido tão rápido da cadeira de deputado. Em 2006, a maioria dos envolvidos no mensalão foi absolvida pelo plenário.
No ano passado, os deputados ultrapassaram os limites do ultraje ao criar o primeiro deputado-presidiário do Brasil: Natan Donadon (RO), que cumpria pena no presídio da Papuda, chegou algemado à Câmara para acompanhar a votação do seu processo de cassação e voltou para a cadeia com o broche de parlamentar. Em fevereiro, já com as regras do voto aberto, o resultado foi diferente: foram 467 votos pela punição ao deputado, nenhum pela absolvição e apenas uma abstenção.
Na lista das recentes renúncias também figura o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo(PSDB-MG), principal personagem do valerioduto mineiro. A renúncia do parlamentar permitiu que ele perdesse o foro privilegiado e levasse para a 1ª Instância o processo a que responde por peculato e lavagem de dinheiro. O herdeiro da cadeira foi justamente Edmar Moreira.
O último a renunciar ao mandato na Câmara foi o paraense Asdrubal Bentes (PMDB), condenado por trocar cirurgias de laqueadura por promessa de votos nas eleições para prefeito de Marabá (PA), em 2004. Com a sentença definitiva, ele começou a cumprir a pena de três anos e um mês em prisão domiciliar. Bentes foi o único deputado presente à sessão de cassação de Donadon, já com a regra do voto aberto, que não optou pela perda do mandato do colega. Questionado na semana passada sobre seu futuro, chegou a afirmar que não renunciaria ao mandato. Mas acabou aconselhado pelo partido a evitar o desgaste aos colegas de aprovar sua cassação no plenário. Bentes entregou a cadeira na quarta-feira. Em seu lugar, assumiu outro velho conhecido do Congresso e da Justiça: o ex-senador Luiz Otávio (PMDB-PA), que já chega à Casa condenado, em 1ª instância, a doze anos de prisão, em regime fechado, por desvio de recursos públicos.

MERCADO CULPA DILMA PELA DESVALORIZAÇÃO DA PETROBRÁS


Pescoço a prêmio - Dilma quer entregar a cabeça de diretores da Petrobras para estancar a crise
Pescoço a prêmio - Dilma quer entregar a cabeça de diretores da Petrobras para estancar a crise (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Acrise da Petrobras só não se encaixa na definição de tempestade perfeita sobre o Planalto porque a campanha presidencial de 2014 ainda não começou e há uma Copa do Mundo a separar o Brasil de hoje daquele que vai às urnas em outubro. Seis meses em política é uma eternidade, e o que parece hoje uma cápsula de cianureto para os planos de reeleição de Dilma Rousseff pode ir se diluindo até sobrar apenas um sal amargo, desagradável, mas digerível pela opinião pública. Pelo menos essa é a esperança do governo. A da oposição é a de que os poços de escândalos da Petrobras sejam muito mais profundos e ricos em notícias cada vez mais intoxicantes para Dilma e sua candidatura.
A situação na semana passada era desastrosa para as duas Dilmas, a presidente e a candidata, que se confundem na percepção do eleitor. Essa confusão é boa quando as coisas fluem com serenidade e péssima quando a maré contrária é muito forte. É o caso de Dilma Rousseff neste momento. Tudo parece conspirar coordenadamente contra a presidente, até, espantosamente, ela própria ao chamar atenção para o episódio da compra da refinaria de Pasadena, que se tornou, perante a opinição pública, sinônimo de um prejuízo de 1 bilhão de dólares para o Brasil.
O caso Pasadena parecia perdido entre camadas de outros desgovernos que, embora mais destrutivos, eram mais fáceis de explicar e, portanto, mais difíceis de ser explorados eleitoralmente pela oposição. Fala-se aqui do rombo de centenas de bilhões de reais cavados no setor energético pela tentação populista de Dilma de obrigar as empresas a fornecer eletricidade a um preço abaixo do custo de produção e a Petrobras a importar gasolina cara e vendê-la mais barato aos distribuidores. Perto do prejuízo produzido pela política desastrosa de segurar artificialmente o preço da luz e da gasolina, empalidece a perda com a compra da refinaria do Texas. Na Petrobras viraram pó mais de oitenta Pasadenas em valor de mercado e trinta Pasadenas em prejuízo financeiro pelo subsídio à gasolina e ao diesel. Na Eletrobras queimaram-se quase sete Pasadenas em valor de mercado.
Circula a versão de que a estratégia de Dilma era reabrir o caso Pasadena agora e, assim, minimizar sua exploração pela oposição na fase de debates da campanha eleitoral. Se foi isso mesmo, ela deu um tiro no pé, outros no peito e, quem sabe, um de misericórdia na própria cabeça. Os escândalos da Petrobras anteciparam o julgamento pelos investidores da capacidade de governar de Dilma. A sentença foi dura. Ela se traduz pela seguinte equação: basta Dilma cair nas pesquisas para que aumente a disposição do mercado de investir no Brasil. Na semana passada, uma pesquisa CNI/Ibope mostrou uma queda de 7 pontos porcentuais na aprovação do governo. O resultado imediato foi um dia de forte alta na Bovespa (3,5%) com ganhos extraordinários para as ações da Petrobras (8%), da Eletrobras (10%) e do Banco do Brasil (6%). O recado do mercado foi inequívoco e cristalino: o governo não é parte da solução, o governo é o problema. Diz Ricardo Corrêa, diretor da Ativa Corretora: “Sem a intervenção política do governo, a Petrobras e a Eletrobras são investimentos de enorme potencial. A Petrobras, em alguns anos, vai se tornar uma das maiores empresas de petróleo no mundo”

OBAMA DISCUTE COM PUTIN SITUAÇÃO DA UCRÂNIA

O presidente russo, Vladimir Putin, ligou nesta sexta-feira (28/3)para Barack Obama para discutir uma proposta americana sobre a situação na Ucrânia, anunciou a Casa Branca.

A proposta dos Estados Unidos será abordada diretamente pelos chefes da diplomacia de ambos os países, indicou a Presidência americana na Arábia Saudita, onde Obama está em visita. O presidente americano "sugeriu que a Rússia apresente uma resposta por escrito" ao que Washington ofereceu, indicou a mesma fonte.


A proposta dos Estados Unidos é a primeira desde que o governo americano impôs novas sanções contra autoridades russas ou próximas a Putin e contra alguns bancos pela anexação da península ucraniana da Crimeia.
O presidente Obama ameaçou atingir "setores-chave" da economia russa, se Moscou não mudar de postura, e passou grande parte de sua viagem pela Europa nesta semana buscando o apoio de seus aliados contra a Rússia

TROCA DE MINISTRO NO PLANALTO REFORÇA ARTICULAÇÃO POLÍTICA


A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (28/3) a conclusão da reforma ministerial. Em nota, o Palácio do Planalto confirmou a troca de comando na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que passa para as mãos do deputado federal, Ricardo Berzoini (PT-SP). 

O petista já foi ministro do Trabalho e da Previdência, na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A atual ministra de Relações Instituições, Ideli Salvatti, deixa a pasta e assume a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), no lugar de Maria do Rosário. Ela sai da secretaria para concorrer a uma vaga no Congresso Nacional. 

A troca de Ideli por Berzoini agrada a base aliada como um todo. A aposta dos parlamentares é que o diálogo com o Planalto será intensificado. Os novos ministros tomam posse na terça-feira,

MINISTRO ADMITE RACIONAMENTO DE ENERGIA NO BRASIL

Após entrevista, Ministério de Minas e Energia esclarece risco de racionamento compulsório

Em esclarecimento a declarações feitas pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao jornal americano Wall Street Journal, a pasta emitiu nesta sexta-feira (28) um comunicado que afirma que não há risco de racionamento compulsório na Copa do Mundo. Na entrevista, o ministro deu a entender que caso o volume de chuvas não recupere as reservas hídricas, o governo poderia pedir aos cidadãos que colaborassem com a redução do consumo de energia. Na nota, o ministro reafirma o baixo risco de escassez e que o sistema elétrico brasileiro "dispõe de equilíbrio estrutural capaz de garantir, sem restrições, o abastecimento do país”. Ele ainda destacou que o governo tem um plano para garantir o abastecimento durante o Mundial, com “dupla alimentação proveniente de subestações diferentes, reforço da transmissão e geração”. Apesar de negar os riscos, Lobão afirmou não teria ressalvas de pedir, independente da situação atual, ”a recomendar à população que siga o seu exemplo pessoal de evitar o desperdício de energia”, porém sem relacionar a solicitação a um evento específico. O presidente da Eletrobras, José da Costa, comentou as afirmações do ministro e tentou amenizar os impactos da entrevista ao Wall Street Journal. “Ao que parece, o ministro apenas reiterou o que sempre colocou, inclusive durante o discurso que fez em minha posse [na Eletrobras]. Ele defende a constante busca da racionalização e da eficiência da energia”, disse Cost

DILMA SABIA TUDO SOBRE A COMPRA DA USINA DE PASADENA NOS EEUU

Dilma participou de pelo menos 4 reuniões sobre Pasadena

A compra da refinaria de Pasadena foi tratada no conselho de administração da Petrobras pelo menos cinco vezes, segundo atas de reunião entre 2006 e 2012 (1.268, 1.301, 1.303, 1.320 e 1.368). A presidente Dilma Rousseff estava presente nas quatro primeiras, sendo a última em 2009. Dilma deixou a presidência do conselho em 2010, ano em que concorreu à eleição. A atual presidente da Petrobras, Graça Foster, participou da quinta reunião, em 13 de junho de 2012, três meses depois de assumir o cargo. Documentos e relatos mostram que há pelo menos 21 meses as suspeitas no contrato são conhecidas no conselho, e mesmo assim não foi feita investigação interna. Na reunião de 2012 foram discutidas as omissões em relação a falhas no acordo de compra da primeira metade da refinaria, a exemplo da cláusula que assegurava rentabilidade de 6,9% à belga Astra em condições especiais. A afirmação é do conselheiro Silvio Sinedino, presente à reunião. "Pedi então que fosse apurado quem tinha enganado o conselho. Mas nada foi feito na época, mesmo por que não era ano eleitoral", disse. "Nessa reunião veio à tona a existência da cláusula de rentabilidade e que ela não havia sido apresentada anteriormente ao conselho", disse. Segundo a ata 1.368, o representante dos trabalhadores no conselho foi o único a se abster na votação sobre o acordo de US$ 820,5 milhões para a Petrobras encerrar disputas judiciais com a Astra e adquirir a segunda metade da planta. A primeira metade havia sido comprada em 2006 por US$ 360 milhões. Sinedino disse que se absteve pois havia uma decisão favorável sobre o caso na Justiça em primeira instância que dava chances de vitória à estatal. Não se tinha, na época da reunião, disse, dimensão de prejuízo da estatal, já que o valor de compra da refinaria pela belga Astra, em 2005, foi omitido do conselho de administração. O valor de US$ 42,5 milhões foi revelado apenas um mês depois, em 11 de julho de 2012, pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real, após investigação própria. A existência das falhas do contrato não foi registrada na ata. A existência delas também foi negada ao Broadcast um mês depois, quando a reportagem indagou a empresa sobre a possibilidade de erros no contrato. "Nós não identificamos falha no contrato", disse, via assessoria de imprensa, em 11 de julho de 2012. O Broadcast detalhou as falhas no contrato, como a cláusula de rentabilidade, a opção de venda pelos belgas ("put option") e irregularidades no estoque, em maio de 2013. A Petrobras só abriu investigação interna na semana passada, quando a presidente Graça Foster diz ter sido surpreendida com a existência de um comitê de proprietários de Pasadena, em que a Petrobras era representada pelo então diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, preso neste mês pela Polícia Federal na operação Lava Jato. Estavam presentes na reunião de junho de 2012 o ministro da Fazenda e presidente do conselho, Guido Mantega; a presidente da Petrobras, Graça Foster; a ministra do Planejamento Mirian Belchior; e os conselheiros Francisco Albuquerque, Jorge Gerdau, Josué Gomes da Silva, Luciano Coutinho, Sergio Quintella e Sinedino

sexta-feira, 28 de março de 2014

PETROBRÁS PATROCINA GENRO DE DILMA NA FÓRMULA 1

 – Lista inédita dos convidados VIP da Petrobrás para assistir ao GP do Brasil de Fórmula 1, em novembro, revela que o agrado, originalmente usado pela estatal “para relacionamento com grandes clientes corporativos”, teve como beneficiados o genro da presidente Dilma Rousseff, Rafael Covolo; dois filhos do ministro da Fazenda, Guido Mantega; e a irmã, o cunhado e a sobrinha da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além de parlamentares da base aliada e seus familiares.
Mantida em segredo pela gerência executiva de Comunicação Institucional da Petrobrás, a lista foi obtida pelo Estado via Lei de Acesso à Informação. O cargo é ocupado desde 2003 por Wilson Santarosa, sindicalista amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido de informações foi negado duas vezes, e só foi atendido por decisão da presidência da Petrobrás.
As cortesias dão direito à vista privilegiada da pista do Autódromo de Interlagos, além de acesso aos boxes das escuderias, hospedagem em hotel cinco estrelas e buffet de bebidas e comidas durante o GP. Estima-se que o custo unitário dos convites oferecidos pela Petrobrás chegue a R$ 12 mil – o ingresso mais caro vendido ao público no ano passado, com benefícios semelhantes, valia R$ 11.200.
A Secretaria de Comunicação Social do governo afirmou ontem que Covolo “compareceu ao GP Brasil” a convite da Petrobrás, desacompanhado da mulher, Paula Rousseff, e que Dilma não sabia do convite. “A presidenta disse que, se tivesse sido (consultada), teria dito para ele não comparecer. Isso porque, embora não exista irregularidade, não vale o incômodo.”
Procurado, Covolo avisou pela secretária que “não tinha interesse em se manifestar”.
O secretário adjunto do gabinete de segurança da Presidência, coronel Artur José Solon Neto, também foi convidado. O oficial confirmou o convite, mas disse não saber por que foi escolhido.
Pedido. Dois filhos de Mantega, que preside o Conselho de Administração da Petrobrás, estão na lista VIP da estatal, assim como amigos deles. O pedido de ingressos para Carolina e Leonardo Mantega partiu do próprio ministro. Procurada, Carolina fez um pedido. “Por favor, eu gostaria que você não escrevesse essa matéria.” Perguntada se ganhou o ingresso do pai, repetiu: “Eu não quero falar sobre isso”. Leonardo não foi localizado.
Os filhos de Mantega levaram um amigo, Felipe Isola. “Eu fui convidado porque gosto de assistir à Fórmula 1. O camarote é minha posição preferida”, afirmou. Questionou se tinha algum negócio com a estatal que justificasse a cortesia, Isola disse que a pergunta deveria ser feita à Petrobrás. “Não sou da empresa, mas conheço pessoas de lá”, afirmou.
Em nota, Mantega afirmou que “os convites mencionados pela reportagem foram dados pela empresa devido ao fato de o ministro ser conselheiro da companhia, tratando-se de uma prática usual da Petrobrás para com seus conselheiros”.
Miriam Belchior é outra ministra e conselheira da Petrobrás cujos parentes foram ao camarote. Irmã da ministra, Virgínia confirmou ao Estado ter recebido o ingresso, mas desligou o telefone ao ser perguntada sobre como ganhou o convite.
Por meio de sua assessoria, a ministra afirmou que membros do Conselho de Administração constituem um dos diversos “públicos” de interesse da estatal. “Esse procedimento é praxe por parte de qualquer empresa pública ou privada que patrocina grandes eventos. Não infringe nenhuma norma estabelecida.”
O marido da titular das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o subtenente do Exército Jeferson da Silva Figueiredo, também foi convidado para o camarote VIP. A ministra recebeu o convite, mas afirmou não ter ido ao evento. Figueiredo não quis falar sobre o assunto.
Base. O ex-presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também tem um parente na lista VIP da Petrobrás. O neto do senador, João Fernando Sarney, não quis falar sobre o convite.
Estado identificou na lista nove deputados federais, um distrital e dois senadores, além de suas mulheres, irmãos, namoradas e filhos. Lá estão o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o senador Gim Argello (PTB-DF), dois dos principais articuladores contra a CPI da Petrobrás.
O gabinete de Argello confirmou o uso da credencial, estendida ao irmão e à mulher, mas disse que “não utilizou o serviço de hospedagem a que tinha direito”. Chinaglia não quis comentar.
Por meio de assessoria, Marcus Pereira Aucélio, subsecretário de Política Fiscal do Tesouro, Paulo Fontoura Valle, subsecretário da Dívida Pública do Tesouro, e Marcio Holland, secretário da Fazenda, confirmaram a presença no evento, mas disseram que, ao aceitarem o convite, “consideraram que a Petrobras é uma empresa pública e não enxergaram nenhum potencial conflito de interesses, por se tratar de evento promocional e com convite extensivo a várias outras autoridades”

SENADORA FOI DECISIVA PARA CRIAÇÃO DA CPI DA PETROBRÁS

CPI da Petrobras: Lídice diz que assinou pedido 'por decisão do PSB', mas nega cunho eleitoral

Única baiana com nome na lista dos 28 senadores que apoiam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades nos contratos da Petrobras, a pré-candidata ao governo do Estado pelo PSB, Lídice da Mata, não atribui motivações pessoais, mas sim partidárias ao posicionamento. Na Bahia, o PSB é presidido pela própria parlamentar. “Foi uma decisão da executiva nacional do PSB, acatada por todos os membros da bancada [formada por três legisladores]. Houve debate, obviamente. Mas é uma atitude do partido”, explicou, ao ser questionada pelo Bahia Notícias, sobre o que a levou a assinar o documento. Entregue na manhã desta quinta-feira (27) ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), o requerimento pede a apuração de denúncias ligadas à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e ao recebimento de propina da fornecedora holandesa SBM Offshore, pela estatal.

PLANALTO VAI FAZER CAMPANHA PARA DIMINUIR CONSUMO DE ENERGIA

Lobão admite campanha para reduzir consumo de energia

Ao contrário dos últimos meses, em que garantia zero risco de faltar energia no país, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, mudou o discurso. Em entrevista ao Wall Street Journal, ele admitiu, pela primeira vez, a hipótese de o governo lançar uma campanha de eficiência energética para encorajar a população a reduzir, voluntariamente, o consumo de energia elétrica. A medida pode ajudar a garantir que não exista quaisquer cortes de energia durante a Copa do Mundo. Segundo ele, se as chuvas não aumentarem em abril ou maio, os reservatórios das hidrelétricas podem ficar comprometidos. O ministro disse que não deve haver nenhum racionamento de energia, o que poderia ser um dor de cabeça para a presidente Dilma Rousseff em um ano em que o Brasil sedia a Copa do Mundo e ela se prepara para a campanha de reeleição. "Não estamos trabalhando com a hipótese de racionamento de energia", disse Lobão. "Temos a convicção de que isso não será necessário." No final do mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001, o governo foi obrigado a decretar um racionamento de energia por causa do baixo nível dos reservatórios. O programa previa multa aos clientes que não cumprissem a meta de redução de consumo - uma medida que foi bastante impopular. "Não estamos planejando cobrar mais das pessoas que não economizarem energia", disse Lobão. "Não vamos repetir o que ocorreu em 2001"

GOVERNO NÃO CONSEGUE EVITAR CPI DA PETROBRÁS


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse, na manhã desta quinta-feira (27/3), que vai conversar com os líderes partidários da Casa para definir o cronograma para instalação da CPI da Petrobras. Embora diga que seja contrário à criação do colegiado, ele afirmou que, agora, “não há mais o que fazer” e que o requerimento protocolado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), também nesta manhã, será lido em plenário. O presidente disse que só falará de prazos depois da conversa com as lideranças.


“É evidente que uma CPI em ano eleitoral mais atrapalha do que ajuda a vida do Brasil. Mas agora não há mais o que fazer, porque temos o requerimento. Vamos marcar a data para fazer conferência dos nomes e instalar a comissão. Vou combinar com os líderes o melhor calendário”, disse Renan. O requerimento do PSDB está na Secretaria-Geral da Mesa, onde as assinaturas serão conferidas. Depois dessa etapa, o documento é liberado para a leitura em plenário, o que pode ocorrer em qualquer sessão.




O temor da oposição é que, sem interesse na investigação, Renan segure a leitura do texto, o que garantiria mais tempo ao governo para convencer senadores a retirar assinaturas. A tentativa do Palácio do Planalto tem três focos: Sérgio Petecão (PSD-AC), Eduardo Amorim (PSC-SE) e Clésio Andrade (PMDB-MG) assinaram o texto, mas são da base. Os senadores só podem retirar o apoio até meia-noite do dia em que for feita a leitura da matéria em plenário.

Renan negou que esteja preocupado com os desdobramentos da investigação, que podem atingir seu partido. O PMDB tem várias indicações políticas na empresa. “A nossa preocupação com a CPI é porque vai montar um palanque muito próximo da eleição. Do ponto de vista da investigação, não (há preocupação). Acho que a investigação tem que efetivamente caminhar”, disse.

O objetivo da oposição é investigar a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, em 2006. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff disse ao jornal Estado de São Paulo que votou a favor do negócio quando participava do Conselho Administrativo da Petrobras, com base em documentos “falhos”. Além disso, os tucanos, com apoio dos senadores de partidos da base aliada que se consideram independentes, querem mais informações sobre outras atividades da Petrobras, como a construção da Refinaria Abreu e Lima (PE)
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CAI A POPULARIDADE DO GOVERNO DILMA


O percentual que considera o governo Dilma pior que o de Lula aumento de 34% para 42% (Evaristo Sa/AFP Photo)
O percentual que considera o governo Dilma pior que o de Lula aumento de 34% para 42%
A aprovação da maneira de governar da presidente Dilma Rousseff recuou de 56% para 51%, enquanto o percentual que desaprova a maneira de governar aumentou de 36% para 46%. Com isso, a diferença entre os percentuais que aprovam e desaprovam caiu de 20 pontos percentuais para 8 pontos percentuais, de acordo com a última pesquisa Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quinta-feira (27/3). 

A popularidade do governo Dilma também está menor do que no fim do ano passado. O número de pessoas que consideram o governo ótimo ou bom recuou de 43% para 36%. A parcela da população que confia na presidente também recuou de 52% para 48%.



Essa queda foi mais intensa entre os entrevistados com renda familiar mais elevada, acima de cinco salários mínimos, entre os mais jovens, com 16 a 24 anos e entre os residentes em municípios pequenos, com até 20 mil habitantes. Cabe ressaltar, no entanto, que o percentual dos que aprovam a maneira de Dilma governar praticamente não caiu. Entre os eleitores com grau de instrução até a quarta série do ensino fundamental, e com idade de 25 a 34 anos, residentes nas capitais e em cidades médias com 20 mil a 200 mil habitantes. 

Também houve queda na popularidade de Dilma na comparação com o governo Lula: o percentual que considera o governo Dilma pior que o de Lula aumento de 34% para 42%. Já 46% da população acreditam que os dois governos são iguais. E o percentual que considera estar sendo melhor, caiu de 14 para 11% (dentro da margem de erro).