domingo, 8 de fevereiro de 2015

APESAR DA CORRUPÇÃO P.T. ELEGE MAIS PREFEITOS NO BRASIL


Michel Filho/Agência O Globo
O período em que teria se beneficiado com o pagamento de propinas na Petrobras foi de crescimento expressivo do PT no interior do país. Segundo o depoimento do ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, o caixa do partido teria sido reforçado entre 2003 e 2013 pelo pagamento de propina na empresa. Nesse tempo, a bancada de vereadores cresceu 40% nos municípios brasileiros, e o número de prefeituras controladas pela legenda aumentou 54,5%, segundo dados do TSE. Preso na Operação Lava-Jato, Barusco estimou entre US$ 150 e US$ 200 milhões o total abocanhado pelo partido nessa década. Especialistas dizem que, apesar do peso do dinheiro, avanços sociais do período também foram decisivos nos resultados.
Para dar uma ideia da enormidade da fortuna que Barusco acusa o PT de ter recebido no esquema criminoso da Petrobras, a quantia, convertida em reais, seria capaz de custear as campanhas de Lula em 2002 (R$ 45,2 milhões) e em 2006 (R$ 145,4 milhões); e a primeira campanha de Dilma em 2010 (R$ 201 milhões), em valores corrigidos pelo IPC-A. E ainda sobraria dinheiro. Mesmo desconsiderando a versão de Barusco, o poder econômico da legenda evoluiu ao longo dos anos à frente do governo federal. Dados do TSE mostram que as doações recebidas pela Direção Nacional do PT praticamente triplicaram a cada eleição municipal, nas últimas três disputas (veja arte).
Na oposição, o tom da crítica subiu desde a divulgação do depoimento de Barusco. “É vergonhoso assistir a um partido que pregava a ética, o bom uso dos recursos públicos, lançando mão desse tipo de esquema em várias instâncias da máquina pública. Vemos que o que chegou ao poder foi uma verdadeira quadrilha. Lançaram mão desse discurso de defesa dos mais pobres, dos oprimidos, para saquear o país e para concentrar o poder. Poder, diga-se, construído da forma mais espúria, por meio do dinheiro”, argumenta o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO)

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