quinta-feira, 14 de abril de 2016

LULA MUITO MAIS LONGE DO MINISTÉRIO


O ex-presidente Lula  (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)
Na conclusão de seu parecer, Janot deixa claro quais são as evidências que o embasaram: “Os elementos oriundos dessas interceptações telefônicas e da colaboração premiada do ex-líder do governo no Senado Federal, associados à existência de denúncia oferecida, com pedido de prisão pendente de exame judicial, e de investigações em curso constituem indícios convergentes de que a evolução do caso Lava Jato e as medidas processuais penais dele decorrentes, requeridas pelo Ministério Público Federal, provocaram forte apreensão no núcleo do Poder Executivo Federal e geraram variadas iniciativas com a finalidade de prejudicá-las, em distintas frentes”. Dar às fitas o status de prova é um mau sinal para a defesa de Lula, que tem como estratégia tentar invalidar a interceptação.

O parecer de Janot fornece mais combustível para a corrente que defende o impeachment, a pouco mais de uma semana da votação. Janot fornece um argumento significativo para que o Supremo impeça a presidente de nomear ministro alguém que ela escolheu, um claríssimo e grave sinal de enfraquecimento de seu poder. Sinaliza aos políticos algo importante: se não consegue nomear Lula, que poder terá Dilma para entregar o que promete, como cargos e ministérios? Qual o poder de Lula de cumprir o que anda prometendo aos políticos que procura, há dias, oferecendo benesses futuras, caso votem contra o impeachment? Dúvidas assim são decisivas neste momento. Além disso, como se disse, as evidências arroladas por Janot não constam do relatório do deputado Jovair Arantes que embasa o processo de impeachment – mas, se investigadas, elas podem criar complicações futuras para a presidente Dilma. Segundo fontes na Procuradoria-Geral da República, a Lava Jato deve investigar a presidente por obstrução da Justiça

Nenhum comentário:

Postar um comentário