segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

"FORA RENAN" DOMINOU OS PROTESTOS PELO BRASIL

Figura deixada meio de lado nos protestos anteriores, o presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB, tornou-se o principal alvo dos cerca de 15 mil manifestantes (nas contas da Polícia Militar) que ocuparam a Avenida Paulista neste domingo (4). O lugar que já foi de Dilma Rousseff e de Eduardo Cunha agora é dele. Com camisas da Seleção Brasileira ou roupas verde e amarela, os uniformes mais comuns na multidão, os presentes gritavam ou expunham cartazes de “Fora, Renan!”. Surgiu até uma versão Renan do fofo Pixuleko, o boneco inflável gigante que nasceu em homenagem ao ex-presidente Lula. Sobrou também para um parceiro de Renan, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do DEM, criticado por ter votado na madrugada da quarta-feira o pacote que desfigurou as dez medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público. Enquanto Renan apanhava, a Operação Lava Jato e o juiz federal Sergio Moro ganhavam elogios e gritos de apoio da multidão.
Boneco inflável de Renan Calheiros na Av Paulista (Foto: Daniel Haidar)

Enrolado em uma bandeira do Brasil, o ferroviário Reginaldo Almeida defendia a saída de Renan. “É um absurdo um réu ficar na linha sucessória da Presidência da República”, disse. Almeida estava particularmente indignado com as mudanças no pacote contra a corrupção, que Renan quer acelerar no Senado. “Já não está sendo fácil prender poderosos. Vai ficar ainda mais difícil.” Como vários presentes, Almeida esteve nos protestos a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Voltou às ruas por acreditar que pode estimular comportamentos semelhantes. “É importante estarmos aqui para que pessoas venham na próxima”, disse. Muitos dos que ocuparam a Paulista em atos pelo impeachment dizem que o combate à corrupção está longe de ser resolvido. “Falta punir o PMDB, o PSDB, todos os políticos que estão envolvidos”, afirmou o engenheiro José Freitas. “Precisamos dar crédito à Operação Lava Jato para descobrir quem precisa ser punido. Não podemos desestimular juízes e Ministério Público.

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