sábado, 18 de fevereiro de 2017

FRIBOI PAGOU 600 MIL A OPERADOR DE EDUARDO CUNHA

O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Fábio Cleto provocou um dos principais cataclismos proporcionados pela Operação Lava Jato em junho do ano passado. Em meio a confissões, revelou um sistema de desvio de recursos do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia, o FI-FGTS, uma fonte de bilhões de reais, comandado por apaniguados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, do PMDB. Acusou alguns dos maiores empresários brasileiros de pagar propina em troca da liberação de recursos do fundo. Um dos mencionados foi Joesley Batista, controlador da J&F, das marcas Friboi e JBS. Cleto disse que ele fazia negócios com Cunha por meio do doleiro Lúcio Funaro, operador do parlamentar em ilicitudes. Meses depois, está claro que Cleto não abalou a relação de Batista com Funaro. Conforme e-mail interno obtido por ÉPOCA, em 20 de junho de 2016, três dias após a delação se tornar pública, a J&F, ao que tudo indica, contrariou suas regras de compliance e depositou R$ 600 mil na conta de Funaro.
O doleiro Lúcio Funaro (Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO)

As provas da operação constam de um processo sigiloso obtido com exclusividade por ÉPOCA. Como tudo relacionado a Funaro, envolve muito dinheiro e pouca transparência. Dois meses antes de ser preso, ele abriu uma ação na qual cobra uma dívida de R$ 20 milhões do grupo comandado por Batista. Os dois lados concordam que Lúcio Funaro prestou serviços “de mediação” na fusão da JBS com o  grupo Bertin, que criou o maior frigorífico do mundo, com faturamento anual de aproximadamente R$ 100 bilhões. A fusão anunciada em 2009 teve amplo apoio do governo Lula, por meio do BNDES e da Caixa Econômica. Pela tal intermediação, J&F e Funaro acertaram uma comissão de incríveis R$ 100 milhões. O que Funaro, um conhecido doleiro, poderia fazer para ajudar no negócio? Ninguém explica

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