sexta-feira, 3 de março de 2017

VAZAMENTOS DO TSE PODEM BENEFICIAR MICHEL TEMER


Marcos Correa/Agência Brasil
Eliseu Padilha e Michel Temer
Embora sigiloso, o depoimento de Marcelo Odebrecht ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, escorreu pelos mesmos dutos de sempre. Em poucas horas, trechos das declarações do empreiteiro estavam estampados nos portais de notícias dos principais meios de comunicação. E pareciam ter sido vazados com um único objetivo: proteger Michel Temer, enquanto se mira a ex-presidenta Dilma Rousseff e figuras do PT.
Odebrecht, segundo os relatos, teria dito que Temer “nunca” pediu dinheiro diretamente. O executivo teria confirmado a presença em um jantar no Palácio do Jaburu com o então vice-presidente e parlamentares do PMDB, no qual teria se falado da doação, mas sem menções a valores. A quantia de 10 milhões de reais em contribuição da construtora ao partido teriam sido negociada com Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil.
 Conveniente. Padilha é um cadáver ambulante desde que seu nome foi jogado na lama por José Yunes, grande amigo do presidente. Yunes se autodefiniu como “mula” do ministro, um mero transportador de “mercadorias ou valores”. Logo após a revelação de Yunes, Padilha licenciou-se da Casa Civil para se submeter a uma cirurgia de próstata. Seu retorno ao cargo tornou-se mais improvável.
Se o teor do vazamento for uma reprodução exata das declarações do executivo, Odebrecht foi menos preciso do que Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira. Segundo Melo Filho, o valor da doação foi combinada durante o jantar no Palácio do Jaburu. Dos 10 milhões de reais, 6 milhões iriam para a campanha de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e à época candidato ao governo paulista

Nenhum comentário:

Postar um comentário