terça-feira, 27 de junho de 2017

NAS MÃOS DO JUIZ SÉRGIO MORO O DESTINO DE LULA

Lula
"Se há suspeitas, o ex-presidente deve ser investigado como qualquer outro. A questão é assegurar um julgamento justo"

Nos próximos dias, Sergio Moro vai proferir a sentença no processo do “triplex do Guarujá”, no qual Lula é acusado de corrupção. As alegações finais do Ministério Público e da defesa foram apresentadas no dia 20. A partir de então, alea jacta est. Ou melhor, a sorte neste caso foi lançada há algum tempo.
As alegações confirmaram o que se viu ao longo de todo o processo: não há uma única prova consistente contra Lula, apenas “indícios” e “convicções”. A tese do MP é de que o apartamento teria sido uma contrapartida da empreiteira OAS pela obtenção de três contratos firmados com a Petrobras, referentes às refinarias Getúlio Vargas e Abreu e Lima.
O imóvel, entretanto, nunca esteve em nome de Lula ou de dona Marisa. Pertence à OAS. Os únicos vínculos efetivos com Lula são uma visita, quando Marisa era cotista da Bancoop e poderia então adquiri-lo, e o depoimento de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora.
O depoimento de Pinheiro deve ser visto, no mínimo, com reservas. Desde sua primeira prisão, em 2014, o executivo negou reiteradamente a relação de Lula com o triplex. Em novembro do ano passado, foi condenado a 26 anos de prisão pela Lava Jato. E passou a negociar um acordo de delação, alterando sua versão anterior. 
Suponhamos, por um instante, que o apartamento pertencesse de fato a Lula. Ainda assim não haveria qualquer prova de crime, ainda que, hipoteticamente, a OAS tivesse pago a reforma em benefício do ex-presidente.
Isso apontaria uma relação imprópria com a construtora, passível de reprovação política, mas não judicial. A ilação criminal do MP vem com a associação do triplex aos contratos da Petrobras. E aí reside a parte mais incoerente da denúncia. 
A reforma no triplex foi estimada por Armando Magri, engenheiro da OAS, em 770 mil reais. Lula é apontado pelo procurador Deltan Dallagnol, em seu hilário PowerPoint, como o comandante máximo da corrupção na Petrobras. Pois bem, Michel Temer foi acusado pela Odebrecht de negociar propina de 40 milhões de dólares em um contrat
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