sábado, 8 de julho de 2017

CÂMARA PODE AUTORIZAR O STF A RECEBER DENÚNCIA CONTRA TEMER


"Vai lá no jantar hoje às 20h30?” O convite feito às pressas na noite da quarta-feira, dia 5, partia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, e tinha como destinatário o deputado mineiro Júlio Delgado, um dos expoentes do PSB na oposição ao governo Temer. Delgado afirmou que não poderia naquele horário, ao que Maia insistiu: “Passa lá mais tarde, vai às 22h30, vai às 23”. Delgado brincou: “Poxa, é muito tarde, não sou o Joesley (Batista) para você me receber neste horário”. (A brincadeira pegaria mal fosse o ouvinte um aliado mais próximo do presidente Michel Temer.) Passava pouco das 19 horas e, como vem fazendo nos últimos dias, a passagem de Maia pelo plenário foi breve. Logo deixou o local para fazer um agrado no gabinete da liderança do PSB, onde 15 deputados cantariam um “Parabéns a você” para a deputada Tereza Cristina, líder da bancada do partido, com 37 deputados.
>> A estabilidade e o medo

A vida de Maia tem sido uma sucessão de périplos por gabinetes, almoços e jantares, em um cenário no qual sob seu comando a Câmara decidirá o destino do presidente Michel Temer. Pode ou não afastá-lo do cargo por 180 dias para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal e, depois, pode ter de eleger um substituto. Discretamente, mas em um crescendo, Maia se posiciona nesse delicado jogo que se acelera. Na segunda-feira, dia 3, e na terça-feira, dia 4, a residência da presidência da Câmara foi palco de jantares para dezenas de deputados de todos os matizes ideológicos, inclusive do PT. Na boca dos parlamentares eram recorrentes conversas sobre a possibilidade cada vez mais concreta de Maia assumir a Presidência da República com a eventual saída de Temer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário