segunda-feira, 4 de junho de 2018

INTERVENÇÃO DO GOVERNO LEVOU PARENTE A PEDIR DEMISSÃO.

 - O estopim para o pedido de demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras foi a percepção de que a política de preços da estatal já está sofrendo uma "intervenção branca" da administração de Michel Temer.
O executivo -que acabou concordando com a redução temporária do preço de óleo diesel para apaziguar os caminhoneiros em greve- percebeu que também teria de aceitar a política de subvenção do governo para gasolina e para o gás de cozinha.
Os efeitos sobre o caixa da Petrobras tendem a ser nocivos. O cenário é que a estatal volte a operar no vermelho. Diante dessa perspectiva, Parente, que foi o responsável por recuperar a Petrobras após o escândalo da Lava Jato e a interferência política do governo Dilma sobre as operações da estatal, preferiu sair.
Segundo pessoas que acompanham o assunto de perto, a "intervenção branca" na política de preços da Petrobras seria feita por um artifício técnico na fórmula de cálculo da subvenção a ser paga pelo governo à estatal pela redução do preço do óleo diesel.
A subvenção será determinada pela diferença entre o preço de referência, definido com base na cotação internacional do petróleo, e o preço de comercialização, que será praticado nas refinarias. Se o preço de comercialização for inferior ao de referência, o governo vai subsidiar até o limite de R$ 0,30 por litro -acima disso autorizará o repasse.
O embate entre a Petrobras e o Ministério da Fazenda girou em torno do preço de referência. A Petrobras pleiteou o direito de estabelecer ela mesma esse valor, enquanto a Fazenda defendeu que essa é uma atribuição da Agência Nacional de Petróleo (ANP). A posição do ministério prevaleceu.
Sob condição de anonimato, pessoas próximas à estatal dizem que basta a ANP não repassar corretamente a variação do petróleo para que o governo -que controlaria na prática os preços de comercialização e de referência- determine o tamanho da subvenção conforme sua disponibilidade de caixa.

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