segunda-feira, 4 de abril de 2016

GOVERNO E OPOSIÇÃO PRESSIONAM INDECISOS


A previsão de que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff seja votado em plenário daqui a duas semanas faz com que governo e oposição intensifiquem a busca por deputados "indecisos" ou "indefinidos". Em comum, ambos os lados recorrem à "pressão das ruas" e ao "sentimento de culpa" para atrair parlamentares aos grupos favorável ou contrário ao afastamento da petista.

Segundo levantamento publicado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, o alvo prioritário são 55 deputados que se disseram indecisos, 9 que não quiseram declarar seu voto - mesmo com a opção de permanecerem sob anonimato - e 71 integrantes de 15 partidos diferentes que não foram localizados pela reportagem. A reportagem mostrou que, por ora, 261 deputados votariam a favor da abertura do procedimento e 117 se posicionaram contra o impeachment. Para o processo seguir para o Senado, são necessários 342 votos, o equivalente a dois terços dos 513 deputados da Câmara.

Tanto governistas quanto oposicionistas procuraram ver os números do levantamento do jornal com otimismo. No Planalto, a avaliação é de que a reforma ministerial a ser promovida nesta semana - pela qual Dilma trocará cargos e pastas pelo voto de deputados de partidos do chamado centrão, como PP, PR e PSD, contra o impeachment - será suficiente para conter o avanço da onda pelo afastamento da petista. Fora isso, o governo insistirá na tese de tachar o processo como "golpe".
Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), os números mostram que o governo tem capacidade de barrar o impeachment. O parlamentar aposta na presença - mesmo que informal - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na articulação do governo e na pressão dos movimento sociais de esquerda. "Os deputados que votarem a favor do impeachment vão levar para a vida deles o legado de serem golpistas", acusou Gass, que vê como fator positivo ao Planalto a decisão do PMDB de romper com Dilma. "O setor do PMDB que saiu fez um bem para o País. Eles estavam dentro do governo, mas operando contra o governo.

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