terça-feira, 8 de abril de 2014

GOVERNO ISOLA VICE PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS


Ao pedir uma licença de 60 dias do mandato parlamentar por conta do envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, o petista André Vargas (PR) sepulta pretensões políticas futuras de presidir a Câmara a partir de 2015. Mais do que isso: perde poder dentro da legenda que milita, não evita uma possível abertura de processo de cassação por quebra de decoro parlamentar nem a investigação do caso pelo Supremo Tribunal Federal. Foi o PT quem entregou a cabeça de Vargas, incomodado com mais uma acusação de corrupção manchando a imagem do partido em ano eleitoral. No Planalto, fica o alívio de ver fora de combate um dos maiores defensores do "Volta, Lula".

Vargas, na tribuna da Câmara na última quarta-feira: Planalto aliviado com a saída de cena de um dos defensores do 'Volta, Lula' (Carlos Moura/CB/DA Press)
Vargas, na tribuna da Câmara na última quarta-feira: Planalto aliviado com a saída de cena de um dos defensores do "Volta, Lula"

Na próxima quinta-feira, a Executiva Nacional do PT reúne-se em São Paulo para analisar a situação de Vargas, que é pressionado inclusive a renunciar ao mandato. "O PT trabalha com a presunção de inocência, mas não convalida esse tipo de relação, se é que ela existe", afirmou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ao sair de uma reunião no Instituto Lula.



Em nota divulgada no início da tarde de ontem, Vargas afirmou que "pretende, antes de tudo, preservar a instituição da qual faz parte, a Câmara dos Deputados, enquanto prepara sua defesa diante do massacre midiático que está sofrendo, fruto de vazamento ilegal de informações”. E ressaltou “não ser alvo de nenhuma investigação". Por enquanto. A Justiça Federal do Paraná decidiu ontem encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) trecho da operação Lava-Jato, desencadeada pela Polícia Federal, que contém diálogos entre o deputado e o doleiro. O parlamentar tem foro privilegiado e só o STF pode autorizar a investigação.

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