sexta-feira, 3 de outubro de 2014

CRIME ORGANIZADO LEVA TERROR A SANTA CATARINA, RIO DE JANEIRO E MARANHÃO


Em Santa Catarina, rodoviários suspenderam o transporte público à noite e coletivos rodam com escolta ( Guto Kuerte/Folhapress)
Em Santa Catarina, rodoviários suspenderam o transporte público à noite e coletivos rodam com escolta

Às vésperas da eleição, ações coordenadas de grupos criminosos em pelo menos três estados elevam a preocupação dos governos com a segurança. Ontem, no Rio de Janeiro, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, admitiu que pode haver uma predisposição eleitoral nos confrontos em áreas pacificadas. A permanência da Força Nacional no Maranhão, que registrou incêndios a ônibus nesta semana, foi aprovada por mais três meses. Em Santa Catarina, o número de ataques, iniciados no último dia 26, chegou a 52 — a veículos coletivos, bases da polícia, carros particulares (veja quadro). A Polícia Civil do estado acredita que a ordem para a onda de violência partiu da penitenciária federal em Mossoró (RN), para onde foram transferidos, em 2013, 37 líderes de uma facção que age dentro do sistema carcerário catarinense.

“Todos os indícios levam a crer que a ordem partiu de Mossoró. Pode ter sido por carta ou até verbalmente. Os presos têm direito à visita íntima. Mesmo que antes e depois da visita se faça uma revista íntima minuciosa, o que hoje está sendo inclusive questionado, essa informação pode ser transmitida do da Polícia Civil. As investigações apontam que o recado, saído da penitenciária federal, chegou ao presídio de São Pedro de Alcântara (SC) e, de lá, para as ruas. No áudio, exibido pela imprensa catarinense, um homem pede um “salve geral”, gíria para início dos ataques, “nos quatro cantos do estado”. É provável, de acordo com perícias, que a gravação seja de duas semanas antes do início das ações.


Os principais motivos dos ataques seriam a repressão ao tráfico, que estaria diminuindo os lucros e afetando a ajuda oferecida aos membros da facção, inclusive com a contratação de advogados, e as condições ruins das penitenciárias. Apesar de as ordens terem partido do sistema carcerário federal, o delegado Procópio defende uma nova transferência para lá, conforme o governo de Santa Catarina já anunciou que solicitará. “Tirar os representantes desses líderes, que estão recebendo as ordens deles aqui no estado, será uma medida positiva no momento”, diz.

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