Desde cedo, dezenas de viaturas e policiais cercam a residência oficial da presidência da Câmara, na Península dos Ministros, no Lago Sul. Os arredores do local foram isolados com faixas. O advogado do parlamentar acompanhou todo o processo. A presença de Eduardo Cunha no local, no entanto, não foi confirmada.
Ao menos dez funcionários das áreas de jardinagem, limpeza e vigilância da residência oficial esperam desde cedo para começar a trabalhar. Uma funcionária que trabalha na copa e não quis se identificar disse que quando chegou, às 6h30, a operação da PF já havia começado.
Até por volta das 10h30, a Polícia Federal ainda não havia dado detalhes sobre o material apreendido nas residências dos políticos. Há o registro apenas de um cofre antigo que foi apreendido na residência oficial do presidente da Câmara. Segundo a assessoria de Cunha, o objeto não era usado há muitos anos e dentro dele não encontraram nada.
Mandados
As buscas foram autorizadas pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. São nove mandados para o Distrito Federal, 15 em São Paulo, 14 no Rio de Janeiro, seis no Pará, quatro em Pernambuco, dois no Alagoas, dois no Ceará e um no Rio Grande do Norte. Entre os locais também está uma residência de Cunha no Rio de Janeiro, além das residências do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e do senador Edison Lobão (PMDB-MA).
As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Segundo a PF, foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa.
Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.
Corrupção
Eduardo Cunha é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pela PGR nas investigações da Operação Lava-Jato. Beneficiado dos desvios da Petrobras, segundo dois delatores, ele teria recebido US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sondas. De acordo com a investigação, CUnha também teria lucrado com negócio fechado pela Petrobras na África, que teria abastecido contas no exterior mantidas por Cunha e familiares na Suíça.
Ele foi denunciado pela PGR ao Supremo há cerca de quatro meses. No entanto, o STF ainda não decidiu se acolhe ou não as denúncias.
Nome da operação
O nome Catilinárias, escolhido pela PF para a operação de hoje, é uma menção a uma série de quatro discursos célebres do cônsul romano Cícero contra o senador Catilina
Nenhum comentário:
Postar um comentário