Os milhares de brasileiros que foram às ruas neste domingo (4) defender a Lava Jato emparedaram o triunvirato que comanda o poder em Brasília: Michel Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia. Os protestos foram inequívocos: o Brasil está com o juiz Sergio Moro e os investigadores da força-tarefa. E ai de quem se interpuser entre a Lava Jato e o país que os brasileiros querem – exigem.
As ruas não renasceram, precisamente neste momento, por acaso. Há um lento porém firme avançar dos políticos de Brasília contra a Lava Jato. Envolve a vasta maioria dos partidos e parlamentares, como ficou demonstrado nas votações da semana passada, especialmente na Câmara. Eles lutam pela sobrevivência. Políticos têm medo de perder votos. Mas têm ainda mais medo de ir para a cadeia. Donde, dá-lhe tentativas de anistiar caixa dois de campanha ou de acossar juízes, procuradores e policiais.
Uma semana após a entrevista coletiva em que o triunvirato uniu-se em Brasília para explicar o inexplicável, os brasileiros uniram-se nas ruas para explicar o que, a esta altura, deveria dispensar explicações: o combate à corrupção é a agenda prioritária do país. Uma união é para que nada mude, ou mude só um pouquinho; a outra, para que tudo mude, ou mude ao menos no essencial. Quer-se uma política menos emporcalhada. Não é pedir muito.
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