SÃO PAULO - Acompanhado por um grupo reduzido de assessores e de familiares, o ex-ministro José Dirceu voltou a acompanhar nesta quinta-feira a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) em seu apartamento em São Paulo. Os únicos estranhos no ambiente eram os integrantes da equipe de filmagem da cineasta Tata Amaral, que registravam com duas câmeras o humor do personagem principal do filme que ela está realizando.
Dirceu acompanhou a maior parte da sessão sentado. Mas, no final da sessão, eram de apreensão os gestos do ex-ministro em frente à TV, enquanto os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Luís Roberto Barroso trocavam farpas e falavam sobre embargos infringentes, os limites da consciência de um juiz e o dilema entre decidir o futuro de uma pessoa e atender aos anseios da multidão.
Na primeira metade da sessão, Dirceu passou a maior parte do tempo sentado em um dos três assentos do sofá em frente à TV. Por poucas vezes, se dirigiu às pessoas à sua volta. Levantou-se para pegar os óculos ou uma garrafa de água, companhia constante do início ao fim da sessão.
O último voto do dia, do ministro Marco Aurélio, ele assistiu de pé. Botava as mãos na cintura, massageava discretamente a região lombar. Andava de um lado para o outro, cruzava os braços, colocava a mão na boca. Quando o presidente do STF e relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa, encerrou a sessão, abriu um sorriso para seus convidados. Ele deve passar o final de semana em seu sítio em Vinhedo, interior do estado.
Genoino se informa por advogados
Diferentemente de Dirceu, o deputado federal José Genoino evitou acompanhar o julgamento dos embargos infringentes. Ele disse a uma pessoa próxima que teve uma noite de sono mais tranquila e que está mais confiante em relação ao julgamento dos recursos do mensalão. Segundo uma funcionária que trabalha na casa do petista, ele está menos tenso, mas ainda toma medicamentos do tratamento de uma isquemia cerebral leve, sofrida em agosto.
Durante a manhã, ao contrário do que faz habitualmente, Genoino não saiu para caminhar. Permaneceu em casa e, no início da tarde, recebeu a visita de uma fisioterapeuta. No momento do voto da ministra Cármen Lúcia, que negou a aceitação dos recursos, a movimentação era grande na casa do petista. As novidades sobre o julgamento são informadas ao parlamentar por seus assessores e advogados. No início da noite, ele divulgou um vídeo em seu site pessoal, no qual agradeceu o apoio de amigos e familiares.
— Diante dessa onda que se criou neste país, diante dessa execração midiática e diante de manifestações de intolerância, a solidariedade é um valor humano que não está preso a resultado, não está preso a vantagem e não está vinculado a interesses — afirmou
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