Manifestantes voltarão à Avenida Paulista, região central de São Paulo, neste 7 de setembro (Eduardo Biermann)
O Brasil terá um feriado de 7 de Setembro pouco usual neste sábado. Pelo menos 149 cidades de todos os estados devem ser palco de manifestações de rua, similares aos protestos de junho, todas marcadas para as 14 horas. A possibilidade de grupos violentos participarem dos atos fez com que o governo federal e os governos estaduais reforçassem a segurança, inclusive próximo aos locais onde serão realizados os desfiles militares. Em alguns estados, a Polícia Militar revistará o público que for assistir aos desfiles e pretende restringir o uso de máscaras.
O Anonymous, grupo virtual que opera em redes sociais sob anonimato, fez a mobilização por um site na internet e no Facebook – criando ainda durante as manifestações de junho e batizado de "Operação 7 de Setembro". Com o apoio de movimentos anticorrupção, o grupo espera realizar atos simultâneos e de extensão nacional. Pelo menos no mundo virtual, mais de 400 000 pessoas aderiram à manifestação. Há mais de um protesto agendado em boa parte das 149 cidades listadas pelo Anonymous.
Entre as bandeiras dos protestos estão a prisão imediata dos condenados no julgamento do mensalão, a aprovação de lei de combate à corrupção, o fim do voto obrigatório, a aprovação e o cumprimento do Plano Nacional de Educação, a redução do número de deputados na Câmara de 513 para 250 e a reforma tributária.
No Dia da Independência, as atenções estão voltadas para Brasília, onde a presidente da República, Dilma Rousseff, participará do desfile militar. As autoridades locais calculam que de 40 000 a 50 000 pessoas sairão às ruas para protestar na capital federal. Em tese, o público é diverso das 30 000 pessoas esperadas na Esplanada dos Ministérios para o desfile da Independência. Mas, como já ocorreu em 2011, os grupos podem acabar se misturando. Tanto o desfile quanto o protesto estão marcados para as 9 horas – um de cada lado do Eixo Monumental, a via que passa pela Esplanada. A proximidade preocupa a segurança de Dilma, que deve desfilar em carro aberto.
A PM colocará na rua 4 000 homens a mais – além dos 2 200 mobilizados em um dia comum. As forças de segurança estão orientadas a abordar manifestantes mascarados e obrigá-los a se identificar. “Pessoas mascaradas vão ser detidas para que possam ser identificadas”, diz o comandante-geral da PM no Distrito Federal, Jooziel Melo Freire. Apesar disso, em página criada no Facebook, parte dos mais de 16 000 manifestantes confirmados para ir às ruas neste sábado questiona a restrição ao uso das máscaras e estimula que a determinação seja desrespeitada.
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