BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira, no pronunciamento de 7 de Setembro, que o país tem "problemas urgentes a vencer" e reconheceu que a população tem o direito de protestar contra "o que existe de errado e cobrar mudanças". Em pouco mais de dez minutos, a presidente fez uma avaliação positiva do seu governo, destacou o desempenho da economia no segundo trimestre deste ano, mas afirmou que os serviços públicos brasileiros são de baixa qualidade.
— O governo deve ter humildade e autocrítica para admitir que existe um Brasil com problemas urgentes a vencer, e a população tem todo o direito de se indignar com o que existe de errado e cobrar mudanças — afirmou a presidente.
Dilma disse saber, tanto quanto a população, que "ainda há muito" o que fazer no país, mas destacou que isso não pode se sobrepor aos avanços conquistados nos últimos anos.
— Há um Brasil de grandes resultados, que não podemos deixar de enxergar e reconhecer. Não podemos aceitar que uma capa de pessimismo cubra tudo e ofusque o mais importante: o Brasil avançou como nunca nos últimos tempos. Infelizmente ainda somos um país com serviços públicos de baixa qualidade — disse, destacando o pacto feito com os governadores e os prefeitos das capitais em junho, como resposta à onda de protestos pelo país.
Para Dilma, o pacto garantiu 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação - cuja lei será sancionada nesta segunda-feira. Isso, segundo ela, será um dos maiores legados do governo para as futuras gerações e trará benefícios permanente aos brasileiros "por um período mínimo de 50 anos". A presidente disse que, no curto e médio prazos, serão feitas obras que garantirão qualidade ao transporte coletivo no país. A presidente manteve a defesa da reforma política e da realização de plebiscito para que o país conquiste mais transparência, ética, honestidade e democracia.
— Isso passa, necessariamente, pela reforma das práticas políticas em todos os níveis. Só assim poderemos acabar com o desmando e combater, sem tréguas, a corrupção como queremos e como o Brasil necessita — afirmou.
Mais uma vez, a presidente defendeu o programa Mais Médicos, mas disse que o país precisa investir em hospitais e equipamentos. Segundo Dilma, o programa está se tornando uma realidade, e a população começará a sentir os benefícios do Mais Médicos.
— A falta de médicos é a queixa mais forte da população pobre. Muita morte pode ser evitada, muita, diminuída, e muita fila, reduzida nos hospitais, apenas com a presença atenta e dedicada de um médico em um posto de saúde — afirmou a presidente, acrescentando que a contratação de médicos estrangeiros não é uma medida contra os profissionais brasileiros, mas a favor da saúde.
A presidente abriu o pronunciamento, gravado no último sábado, no Palácio da Alvorada, afirmando que o novo Grito do Ipiranga é para acelerar as mudanças no país. Segundo ela, 2013 vem sendo "um ano de intensos desafios políticos e econômicos" em todo o mundo. Mas a presidente destacou que, apesar da crise internacional, a economia brasileira avançou no terceiro semestre - crescimento de 1,5% — e "continua firme e superando desafios".
— No segundo trimestre fomos uma das economias que mais cresceu no mundo. Superamos os maiores países ricos, entre eles os Estados Unidos e a Alemanha. Ultrapassamos a maioria dos emergentes e deixamos para trás países que vinham se destacando, como o México e a Coreia do Sul — disse a presidente.
Dilma ressaltou que todos os setores da economia cresceram no segundo trimestre, mas não fez menção aos indicadores de que, neste trimestre, a economia tende a patinar novamente. A presidente disse que a inflação está em queda, e ficará dentro da meta neste ano.
— Falharam mais uma vez os que apostavam em aumento do desemprego, inflação alta e crescimento negativo. Nosso tripé de sustentação continua sendo a garantia do emprego, a inflação contida e a retomada gradual do crescimento — disse.
A presidente afirmou ainda que o governo tomou "medidas eficazes" para conter a alta do dólar:
— A situação ainda exige cuidados, porém há sinais de que o pior já passou. Não vamos descuidar um só instante. Vamos manter o equilíbrio discal, o estímulo ao investimento, a ampliação do mercado interno e a garantia de nossas reservas internacionais para estabilizar as flutuações do mercado cambial.
Dilma lembrou que a partir deste mês começarão os leilões de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e petróleo, injetando dinheiro na economia e gerando empregos.
— Este é um momento que exige coragem e decisão em todos os sentidos. A coragem é irmã da liberdade e mãe de todas as mudanças. Este é um momento de fazer o governo chegar cada vez mais perto do povo e de o povo participar cada vez mais das decisões de governo. Mais do que nunca, o Brasil está aprendendo que o que importa não é termos problemas. O importante é termos as soluções, e mais soluções estão a caminho — disse
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