segunda-feira, 5 de outubro de 2015

REFORMA MINISTERIAL TENTA ACABAR COM A CRISE POLÍTICA


Dilma e Temer
Com o apoio do PMDB reconquistado, Dilma se afasta da crise política e foca esforços na economia
mudança de ministros anunciada por Dilma Rousseff tem o objetivo imediato de afastar a ameaça de impeachmentalimentada por manifestações de rua e adversários do governo. Ao abrir o Palácio do Planalto a seguidores do ex-presidente Lula e incorporar mais representantes do PMDB na equipe, ela se reforça no Congresso. Um fortalecimento obtido no mesmo instante em que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, uma peça-chave no impeachment, agoniza em praça pública.
Com a crise política aparentemente controlada, a presidenta acredita ser possível virar a página do fantasma de sua cassação e enfrentar outro problema, tão ou mais complicado. “Nós precisamos sim de estabilidade política para fazer o país voltar a crescer, e crescer mais rapidamente”, disse no discurso da reforma ministerial. “Esperamos que o reequilíbrio fiscal a ser aprovado pelo Congresso e o controle da inflação em processo garantam a retomada do crescimento.”
Na economia, a primeira missão do novo arranjo político governista será impedir o Congresso de derrubar veto de Dilma à lei de aumento de salário no Poder Judiciário. O reajuste varia de 53% a 78%. A análise do veto está prevista para a semana que vem. “Será um teste. Aí nós vamos ver como essas medidas [reforma ministerial e administrativa] vão funcionar”, diz o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS). 
Os parlamentares têm sido pressionados há semanas por um forte lobby de servidores do Judiciário. Se cederem, o País terá um gasto extra de 25 bilhões de reais em quatro anos e de 10 bilhões anuais dali em diante. Segundo um estudo recente feito por um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Brasil é campeão de despesas com a Justiça, 1,3% do PIB. O segundo lugar está bem distante, a Venezuela (0,34%). A Alemanha gasta 0,32%, o Chile, 0,22%, os EUA, 0,14%.

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