Antes da festa de são-joão, no fim de junho, o Brasil terá um novo governo e melhores chances de se recuperar da mais grave recessão em quase um século. É o que acreditam analistas que observam a conjuntura a partir do mercado, de consultoria e da academia. Pelas contas deles, a probabilidade de o vice-presidente da República, Michel Temer, assumir o comando do Palácio do Planalto varia de 70% a 85%. A debandada do PMDB da base aliada da presidente Dilma Rousseff, decisão que deve ser ratificada na terça-feira, já está considerada nessas projeções.
De olho no que está por vir, os especialistas traçam cenários sobre um possível governo Temer e o que acontecerá se Dilma conseguir derrubar o processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados. No caso de continuidade da gestão da petista, a perspectiva é de aprofundamento da recessão. Os mais pessimista falam em contração superior a 6% do Produto Interno Bruto (PIB). Nesse ambiente, o desemprego, que está em 9,5%, saltaria para 15%. Com Temer no comando do país, a confiança seria retomada e o PIB voltaria ao terreno positivo. A inflação cairia, assim com os juros.
Com Dilma no poder, são mínimas as chances de isso acontecer, pelo histórico da petista e pela falta de apoio político. As finanças públicas registrarão, em 2016, o terceiro ano seguido de deficit e as propostas de mudanças no sistema previdenciário foram engavetadas porque o governo não quer comprar briga com as centrais sindicais e os movimentos sociais. Na visão dos analistas, como Temer já indicou de fará um governo transitório, como ocorreu com Itamar Franco, que sucedeu Fernando Collor de Mello, sem perspectiva de reeleição em 2018, ele se empenhará para adotar medidas impopulares
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