Há uma ação muito forte do Lula e do Rui (Falcão) nesses partidos. O Lula tem
credibilidade quando fala com os aliados e, nos últimos 15 dias, ele conversou
com meio mundo", afirma o vice-presidente do PT, José Guimarães (CE).
No PROS, que até a semana passada se dividia em uma ala pró-Eduardo Campos
(PSB) e outra ligada a Dilma, a situação se acalmou. "Hoje temos 98% da bancada
a favor da candidatura de Dilma", diz o líder do partido na Câmara, Givaldo
Carimbão (AL).
A estratégia do Planalto em abrir espaço no governo para legendas que já
estiveram no campo dos adversários também surtiu efeito. No caso do PTB, os
acertos, segundo o presidente da sigla, Benito Gama, ocorreram diretamente com
Dilma e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com aval de Lula. Duas
semanas antes de aderir à campanha da petista, o PTB emplacou o tesoureiro da
legenda em uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal. Segundo Benito, o
que pesou na decisão, no entanto, foi a falta de expectativa em relação aos
adversários da presidente. "Não tínhamos alternativa. As candidaturas de Aécio e
Eduardo são um voo no escuro", diz.
Dissidências. O fato de terem diminuído as dissidências não significa que
elas não mais existam. O maior problema para Dilma ainda é o PR. Uma das poucas
vozes no partido a defender a aliança com o PT é a do presidente nacional da
legenda, o senador e ex-ministro Alfredo Nascimento (AM). Entretanto, ele passou
a ser alvo criticado pela maioria dos integrantes do partido, em especial da
bancada na Câmara. Parte dos deputados defende um rompimento com o governo e
adesão a Aécio. Outro setor, minoritário, quer apoiar Campos.
"Há uma insatisfação muito grande com o governo. O próprio Alfredo, que há um
tempo disse que está tudo resolvido com o governo, recuou. Está tudo dividido",
afirmou o líder do PR na Câmara, Bernardo Santana (MG).
O PP também convive com uma ala que defende o embarque na candidatura de
Aécio ou a neutralidade, como em 2010. A maioria dos Estados deve fechar com o
PT, mas uma solução para o impasse deverá ser deixar as lideranças estaduais
livres para montarem palanques de acordo com seus interesses, inclusive para os
adversários de Dilma. Um exemplo será a campanha da senadora Ana Amélia ao
governo do Rio Grande do Sul, que pedirá votos para Aécio.
No PMDB, há especial tensão no Ceará, onde o senador Eunício Oliveira deve
enfrentar nome dos irmãos Gomes (PROS), no Rio de Janeiro e na Bahia. Apesar
disso, essa ala representaria 30% dos votos internos, segundo os líderes dos
descontentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário