quarta-feira, 2 de março de 2016

DESCOBERTO CONCLUIO ENTRE LULA, JOÃO SANTANA E A ODEBRECHT

João Santana com a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. (Foto: Ricardo Stuckert)
Às 10h30 da terça-feira passada, o publicitário João Santana e sua mulher, Mônica Moura, embarcaram num King Air, em Guarulhos, São Paulo, rumo à carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Alvo da Operação Acarajé, a 23ª fase da Lava Jato, o casal estava sereno. Falava de amenidades. Tão logo o avião decolou, Santana avistou um conjunto habitacional. Não resistiu. Gabou-se para os policiais que faziam sua escolta: “Fui eu que criei o nome do programa Minha Casa Minha Vida”. Em seguida, passou a rememorar histórias das campanhas que coordenou no exterior. Orgulhoso, disse que ajudara a reeleger o presidente venezuelano Hugo Chávez, em 2012. Como se protagonizasse uma de suas peças publicitárias, Santana tentava incutir em seus espectadores a tese de que o dinheiro recebido por ele lá fora tinha origem nas eleições que ele coordenara em outros países – e não em propinas da Petrobras, como suspeitam os investigadores da Lava Jato. A encrenca de Santana, porém, é dupla: os investigadores de Curitiba suspeitam, baseados em evidências, que o marqueteiro recebeu dinheiro sujo da Odebrecht pelos dois tipos de serviço. Os que ele fazia aqui, para Lula e Dilma, e os que ele fazia lá fora, para amigos do lulismo.
Na contabilidade dos procuradores, o comando do caixa – do dinheiro – estava com a Odebrecht, segundo as provas obtidas pela Lava Jato. E a Odebrecht tinha interesses e contratos tanto na Petrobras, resultando em pagamentos do petrolão, quanto em obras no exterior, resultando em pagamentos de propina para marqueteiros e agentes públicos estrangeiros. Os executivos da Odebrecht, de acordo com as evidências colhidas no Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça, usavam a mesma rede de contas secretas em paraísos fiscais para pagar propina em diferentes esquemas – seja por obras ou campanhas no Brasil, seja por obras ou campanhas no exterior. Segundo os investigadores brasileiros e suíços, um homem detinha o controle final desse caixa único: Marcelo Odebrecht.

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