A classe política está longe de assistir, impávida, às movimentações do Ministério Público e do Poder Judiciário para acelerar a Operação Lava-Jato. Na semana em que deve vir à luz as delações da Odebrecht, o Congresso e o Executivo intensificam as estratégias para evitar a degola das principais lideranças político-partidárias. A pressão pela anistia ao Caixa 2 aumenta, como também o esforço para diferenciar o que é propina do que é financiamento irregular — sem falar na tentativa de que as doações de empresas privadas possam ser novamente permitidas.
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“Isso não cabe, especialmente após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em relação ao caso do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) mostrando que doações registradas também podem ter origem ilícita”, completou Chico. Ex-advogado de Dilma Rousseff no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo é contra a generalização de que todos os recursos pagos “por fora” são fruto de corrupção. Ele diz que, muitas vezes, trata-se apenas de um doador que não quis se apresentar por achar que aquilo o prejudicaria. “Isso é um ilícito? Claro que é. Mas não quer dizer que seja uma prática corrupta”, defendeu Cardozo.
Corrupção
“Existe caixa 2 fruto de corrupção e caixa 2 que não tem origem em corrupção. Da mesma forma, existe caixa 1 lícito e caixa 1 ilícito, derivado da lavagem de dinheiro”, afirmou. Cardozo, que depôs por videoconferência ao juiz Sérgio Moro como testemunha de defesa do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, não quis entrar no mérito se esse raciocínio pode ou não abrir espaço para um acordão com o intuito de estancar a Lava-Jato. “Esse acordão estava desenhado desde o impeachment. Agora, têm de perguntar para eles (os congressistas) se vão fazer isso ou não”, provocou Cardozo
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