A votação que salvou a pele de Michel Temer na Câmara trouxe, novamente, a sensação de protagonismo do poder Legislativo sobre o Executivo. O preço - fiscal e político - para ver a segunda denúncia barrada, enfraquece um Planalto já sem apoio popular e com uma base aliada que recuou nos últimos meses. Assim, crescem as chances dos últimos 431 dias do mandato de Temer não terem a influência do cargo que o peemedebista ocupa, deixando à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal o real poder de articulação e decisão sobre a agenda política.
A ideia, conhecida como "parlamentarismo branco", não passou despercebida dentro da Câmara nesta quinta-feira, um dia depois de o plenário rejeitar a denúncia contra o presidente por 251 votos a 233. "Esta história de 'parlamentarismo branco' existe há muito tempo, e vai continuar existindo", afirmou ontem um dos líderes da articulação do governo dentro da Casa, Beto Mansur (PRB-SP). O deputado garantiu que a existência desse acordo entre Senado, Câmara e Planalto, durante o governo Temer, foi essencial para se aprovar as medidas tomadas pelo governo desde o ano passado, como o teto de gastos públicos e a reforma trabalhista.
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