quinta-feira, 5 de julho de 2018

ADAPTADO À LEI ELEITORAL LULA PODERÁ SE CANDIDATAR

(Arquivo) Foto tirada em 1º de março de 2018 mostra o ex-presidente Lula em São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril em Curitiba, deixou de comentar o Mundial da Rússia-2018 para um canal de TV para acatar a lei eleitoral, reafirmando sua intenção de disputar as eleições de outubro, apesar dos entraves legais que se interpõem à sua candidatura.
"Para cumprir a legislação eleitoral, que proíbe a participação de pré-candidatos em programas de rádio e TV a partir de 30 de junho, o comentário do Lula deixa de ser divulgado no programa do José Trajano na TVT", informou nesta terça-feira (3) o Partido dos Trabalhadores (PT) em um comunicado.
No entanto, Lula continuará publicando suas impressões na internet. Em sua última mensagem por escrito, divulgada na segunda-feira, ele comemorou a vitória do Brasil sobre o México por 2-0, e avaliou que se a Seleção "continuar jogando com espírito de coletividade e futebol solidário, cada jogador fazendo melhor o que sabe, temos muita chance de chegar à final".
Pouco depois, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, leu para a imprensa uma carta na qual o ex-presidente (2003-2010) proclamava sua inocência. Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
"Não cometi nenhum crime, repito: não cometi nenhum crime. Por isso, pelo menos até que apresentem uma prova material que macule minha inocência, sou candidato à Presidência da República" nas eleições que terão seu primeiro turno em 7 de outubro, afirmou.
Líder em todas as pesquisas com um terço das intenções de voto, Lula, de 72 anos, foi condenado como beneficiário de um tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, oferecido pela empreiteira OAS em troca de contratos com a Petrobras. Ele enfrenta, ainda, outros seis processos, mas nega qualquer culpa e denuncia uma conspiração para impedir seu retorno ao poder.
"Se não querem que eu seja presidente, a forma mais simples de o conseguir é ter a coragem de praticar a democracia e me derrotar nas urnas", afirmou Lula.
"Chegou a hora de todos os democratas comprometidos com a defesa do Estado democrático de direito repudiarem as manobras de que estou sendo vítima, de modo que prevaleça a Constituição e não os artifícios daqueles que as desrespeitam por meio das notícias da televisão", disse o ex-presidente em sua carta.
Segundo a lei eleitoral, Lula não poderia ser candidato por ter sido condenado em segunda instância. Mas isto será definido pela corte que examinar as candidaturas, que poderão ser apresentadas entre 20 de julho e 15 de agosto.
Neste cenário, Lula parece decidido a estender os prazos o máximo possível.
"Desafio os meus acusadores a apresentar esta prova até o dia 15 de agosto deste ano, quando minha candidatura será registrada na Justiça eleitoral", anunciou

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