terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CONGELADAS TARIFAS DE ONIBUS PARA CONTER A INFLAÇÃO


Diante do temor de que a inflação oficial (IPCA) batesse em 1% em janeiro e alimentasse as expectativas para o ano, o governo decidiu procurar os prefeitos das duas maiores capitais do país e pedir que adiassem os reajustes das tarifas de ônibus.

Se São Paulo e Rio de Janeiro aumentassem as passagens, a taxa prevista, de 0,80%, superaria o 1% e, no acumulado em 12 meses, ficaria muito perto de 6,5%, trazendo receio ao mercado (leia texto ao lado).
Em São Paulo, a prefeitura paulistana informou que o assunto foi tratado "com o governo federal". A Folha apurou que o prefeito Fernando Haddad (PT) falou diretamente com a presidente Dilma Rousseff (PT).
No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), disse que recebeu um pedido do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Rivaldo Gomes/Folhapress
Ônibus em rua do bairro Santana, zona norte de São Paulo; cidade adiou reajuste da tarifa a pedido de Dilma
Ônibus em rua do bairro Santana, zona norte de São Paulo; cidade adiou reajuste da tarifa a pedido de Dilma
SÃO PAULO E RIO
A tarifa na capital paulista está congelada em R$ 3 há dois anos. Desde então, o IPCA, índice usado na correção, já acumula alta de 11,84%. Se fosse integralmente aplicado, a tarifa iria para R$ 3,36.
Haddad disse que a tarifa só será corrigida em maio ou junho. O valor não foi definido, mas não será maior que a inflação acumulada, disse.
Para manter o preço congelado, ele precisa subsidiar o sistema.
O Orçamento da prefeitura paulistana para 2013 prevê R$ 660 milhões de subsídios, mas Haddad já sabe que o valor não será suficiente. Haddad terá de gastar ao menos mais R$ 150 milhões além do valor orçado. Assim, o subsídio em 2013 pode ficar próximo do recorde, de 2012: R$ 960,7 milhões.
Além do congelamento da tarifa, Haddad terá de bancar a criação do Bilhete Único Mensal, sua promessa de campanha, que deve custar cerca R$ 400 milhões ao ano. A ideia é implantar o programa até meados do ano.
Também até o meio do ano a prefeitura tem de licitar a substituição das empresas de transporte. Haddad disse que, se a licitação permitir redução do custo, a tarifa pode subir menos que o previsto.
No Rio, quando Paes reuniu-se com Mantega, no fim de dezembro, a correção (5,5%) e a tarifa (R$ 2,90) já tinham sido anunciadas e entrariam em vigor em 1º de janeiro. O ministro pediu que o prefeito postergasse o reajuste da tarifa porque muitos reajustes e pagamentos de tributos se concentram no começo do ano. Não há nova data prevista

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