Em um ato marcado por simbolismos, o PSDB faz nesta segunda-feira (18), em
Poços de Caldas (MG), um encontro nacional no qual governadores e outros quadros
deverão afinar o discurso de campanha contra o governo Dilma Rousseff.
A data e o local do evento foram escolhidos para homenagear a campanha pelas
eleições diretas no país.
Foi na cidade mineira, há 30 anos, que Tancredo Neves e Franco Montoro
--então governadores de Minas e de São Paulo-- assinaram a Declaração de Poços
de Caldas, uma promessa de engajamento dos dois Estados na luta pelas eleições
diretas.
Os tucanos vão aproveitar o ato para fazer críticas ao atual modelo de
distribuição de receitas entre União, Estados e municípios.
"O PSDB tem tudo para vocalizar o que é um sentimento do Brasil inteiro: a
retomada da Federação e a valorização dos municípios", disse o deputado Sérgio
Guerra, presidente do PSDB-PE.
Tendo à frente o senador Aécio Neves, presidente nacional da sigla e provável
rival de Dilma nas eleições do próximo ano, os tucanos também deverão propor "um
novo pacto", com defesa da "autonomia e fortalecimento" de Estados e municípios.
"[Será] Para dizermos chega de concentração de receitas na União. É hora de
fazermos um novo pacto, um pacto pela vida, pelo desenvolvimento, pelos
municípios e pelos Estados brasileiros", afirma Aécio em um vídeo sobre o evento
divulgado no site do PSDB.
Em gravação também divulgada no site do partido, o deputado federal Marcus
Pestana, presidente do PSDB-MG, critica o modelo atual de distribuição de
receitas e afirma que o governo Dilma adota uma "política unilateral"
indistintamente para todas as regiões do país.
"Você não pode dar o mesmo tratamento, políticas alinhadas a partir de
Brasília, para a Amazônia e para o ABC paulista, para o sertão nordestino e para
os pampas gaúchos, para o [vale do] Jequitinhonha. São realidades muito
específicas. E o governo federal tem centralizado os recursos, tem feito uma
política unilateral", afirmou.
O evento de hoje, chamado de "Federação Já, Poços de Caldas + 30", também
integra a agenda de "Conversa com Mineiros" -série de encontros realizados desde
outubro pelo PSDB com dez partidos aliados em diferentes regiões do Estado.
PACTO
O pacto entre mineiros e paulistas na declaração de 1983 é outro ponto
simbólico do evento de hoje. Os dois Estados estão no centro de um impasse no
PSDB pela definição do nome do partido que disputará a Presidência no ano que
vem.
O ex-governador de São Paulo José Serra, que já perdeu duas eleições
presidenciais para o PT, insiste em ser candidato mais uma vez, apesar de o
senador mineiro Aécio Neves ser o nome preferido da sigla.
Diante da ameaça de Serra de não se empenhar na campanha de Aécio, foi
firmado um acordo para deixar para março a definição da candidatura.
Líderes tucanos, porém, já pressionam para antecipar a definição, e o ato de
hoje poderá servir para Aécio consolidar apoios em torno de sua candidatura.
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