Bíblia (Corbis/VEJA)
Há uma semana, a equipe da campanha da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, comemorava na manhã de sábado o resultado da pesquisa Datafolha, que registrava ameteórica arrancada da ex-senadora, nova favorita para alcançar o cargo mais poderoso da República. Horas depois, os mesmos assessores se desdobravam para tentar estancar uma crise que se espalhava pelas redes sociais à mesma velocidade com que a candidata ascendeu nas pesquisas. O motivo: o capítulo do programa de governo do PSB que defendia o casamento gay havia sido alterado. E Marina passou a ser bombardeada dos dois lados: foi alvo da fúria de pastores evangélicos e de movimentos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).
Que temas como o casamento gay e a legalização do aborto sempre aparecem incendiando debates em eleições não é nenhuma novidade para os eleitores brasileiros – e os assuntos talvez não sejam tão discutidos no país quanto no período de campanha. Por trás da discussão está o peso da religião na hora do voto. E a entrada da evangélica Marina Silva, da Assembleia de Deus, na corrida eleitoral após a trágica morte do cabeça da chapa, Eduardo Campos, imediatamente levou temas como aborto e casamento gay para o centro da campanha. Não é possível dimensionar ainda o tamanho real do estrago, mas, dois dias depois do recuo de Marina com sua cartilha de governo, o instituto Datafolha estava na rua pesquisando as intenções de voto. O resultado: Marina caiu de 41% para 39% das intenções de voto entre os evangélicos.
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