Benito Gama, presidente do PTB (PTB/Divulgação/VEJA)
O presidente nacional do PTB e candidato a deputado federal pela Bahia, Benito Gama, contratou de forma ilegal aliados políticos com dinheiro de campanha. Gama teria distribuído 2,2 milhões de reais para ex-vereadores, ex-prefeitos e até pastores evangélicos para que eles subcontratassem serviços para a campanha. O esquema de contratações indiretas de serviços, no entanto, é vedado pela legislação eleitoral, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O esquema foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira.
O valor de 2,2 milhões de reais foi declarado na primeira prestação de contas feita pelo partido ao TSE. O valor foi designado como "serviços prestados por terceiros".
Os beneficiados por Gama receberam até 300.000 reais, segundo a reportagem, para subcontratar serviços para a campanha. Ao todo, quarenta pessoas receberam o dinheiro e foram contratadas como prestadoras de serviços.
Os beneficiados por Gama receberam até 300.000 reais, segundo a reportagem, para subcontratar serviços para a campanha. Ao todo, quarenta pessoas receberam o dinheiro e foram contratadas como prestadoras de serviços.
Procurados pela reportagem, o ex-prefeito de Cícero Dantas, Zelito Ribeiro (PDT), a pastora Ana Cláudia Leite, o dentista Olympio Júnior e o advogado Erivan Rodrigues, por exemplo, afirmam que a verba foi repassada para fazer a campanha de Gama em suas regiões da Bahia. Com o dinheiro, dizem, contrataram cabos eleitorais, fizeram pintura de muros e pagaram pela impressão de materiais. Esses serviços, porém, não constam da prestação de contas do candidato.
Ricardo Lealdade, militante do PT na Bahia, também aparece como beneficiário de 300.000 reais mil, mas nega ter recebido o recurso. "Isso é muito dinheiro. Estão me confundindo com outra pessoa", afirmou. Gama, porém, confirma o pagamento.
O presidente do PTB defendeu os repasses de recursos a aliados políticos. Segundo ele, trata-se de prática que "todo mundo faz" e não é novidade em campanha.
"Tem uma legislação que prevê isso com detalhes. Não estou inventando nada, estou cumprindo a lei." Indagado sobre qual trecho da lei daria respaldo à operação, ele disse que "as prestações de contas serão feitas dentro da lei".
"Tem uma legislação que prevê isso com detalhes. Não estou inventando nada, estou cumprindo a lei." Indagado sobre qual trecho da lei daria respaldo à operação, ele disse que "as prestações de contas serão feitas dentro da lei".
Benito disse que as pessoas físicas que receberam recursos atuam como coordenadores de campanha. "Como os voluntários são poucos, você tem de chegar ao eleitor através da liderança política."
Na prestação de contas, Gama declarou gasto de 3 milhões de reais, ante arrecadação de 2,2 milhões de reais. Deputado federal de 1990 a 2002, ele assumiu a presidência do PTB em 2012, quando Roberto Jefferson, preso no escândalo do mensalão, afastou-se do cargo
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