“Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente uma senadora que conseguiu, há 30 dias, que o presidente do Senado Federal conseguisse, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu marido.” Em 23 de junho deste ano, o marido da senadora, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, foi preso na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava-Jato, acusado de montar um esquema de fraudes na liberação de créditos consignados que teria desviado cerca de R$ 100 milhões.
Gleisi se exasperou. Disse que era mentira. Lindbergh encostou em Renan, e o presidente do Senado pediu para que o petista tirasse a mão do ombro dele. Assustado, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda a sessão do impeachment, resolveu antecipar a pausa para o almoço para que os senadores esfriassem a cabeça. “Vou utilizar meu poder de polícia para exigir o respeito muito”, disse o presidente do Supremo.
“Achei desproporcional as palavras da senadora Gleisi. Mas admito que também me excedi”, disse Renan, no fim da tarde. “O que os deixa irritados é que estamos chegando até o fim do processo e eles não conseguem descobrir como me posicionarei. E não direi. Não gosto de me explicar, prefiro que me interpretem”, filosofou.
O presidente do Senado repetiu a menção que fizera a Nelson Rodrigues na intervenção. Só que, desta vez, remeteu-a ao contexto do prolongamento do embate político na Casa. “A burrice é infinita. Por isso ele dizia que queria ser burro, para ser mais feliz. Esse embate político não está levando a nada, eles não estão ganhando nenhum voto. Pelo contrário, estão perdendo”, completo
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