Em meio à beligerância com o PSB pela disposição do aliado em lançar a candidatura própria de Eduardo Campos à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que é necessário ter "humildade" para apoiar os outros.
A frase foi dita no final de seminário petista marcado por discursos de defesa da manutenção da base governista para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
"O PT pode até ganhar a eleição sozinho, mas precisa de aliados para governar. Tem hora em que precisamos do apoio dos aliados, e tem horas que temos que ter a humildade de apoiar os outros", disse o ex-presidente em Fortaleza, primeira parada de um roteiro elaborado pelo partido para defender o legado de Lula e estreitar as relações com a base visando à campanha do próximo ano.
Lula também fez referência indireta ao mensalão. Afirmou que "quem errou tem que ser punido", mas que o PT não deve aceitar o rótulo de corrupto e não deve ter medo de debater corrupção.
"Nós somos seres humanos. Alguns de nós podem cometer irregularidades. E quando cometer, tem que ser julgado, como todos têm que ser julgados. Errou, tem que ser punido, mas nós não vamos permitir que ninguém jogue em cima de nós a pecha que eles carregaram a vida inteira no jeito de fazer política", disse o petista, referindo-se aos adversários.
MARACANÃ
Pela manhã, Lula esteve no Rio. Em um momento de impasse na aliança entre PT e PMDB em torno da eleição no Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) levou Lula para visitar as obras do Maracanã e discursar aos 5.000 operários que trabalham lá.
Com eles estava o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), indicado pelo PMDB para suceder Cabral.
A blitz peemedebista ocorreu no mesmo dia que o senador Lindbergh Farias (PT) iniciou sua "Caravana da Cidadania", inspirada em iniciativa de Lula na década de 90, no qual pretende visitar todos os municípios do Rio.
Lindbergh tem o apoio da direção estadual do PT para a candidatura ao governo. PMDB e PT do Rio estão em guerra desde o início da semana, quando os peemedebistas ameaçaram abandonar a campanha de reeleição de Dilma Rousseff caso Lindbergh mantenha a candidatura.
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