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BRASÍLIA. Em seu discurso na convenção do PMDB, neste sábado, a presidente Dilma Rousseff não derrubou as especulações sobre a substituição do vice Michel Temer pelo presidente do PSB, governador Eduardo Campos, contrariando as expectativas do partido aliado. Ela elogiou muito a parceria e demonstrou que pretende manter a parceria PT/PMDB, mas não fez qualquer referência a chapa de 2014.
Para a claque que interrompeu Dilma várias vezes para entoar cantos de apoio a Temer, Sarney e outros caciques do partido, a presidente agradeceu a parceria do vice, a quem chamou de "excepcional negociador". Apesar dos inúmeros elogios, ela não disse com todas as letras que Temer não será substituído em sua campanha para reeleição.Em carta lida pelo presidente do PT, Rui Falcão, o ex-presidente Lula repetiu o tom da entrevista dada na véspera em Fortaleza: exalta a importância da parceria com o PMDB, mas deixa a porta aberta em relação à chapa de reeleição da presidente Dilma. Segundo ele, caberá a presidente decidir quem será o vice.
- Esta convenção ofereceu uma oportunidade extraordinária para celebrar essa parceria solidária, produtiva e que sem dúvida alguma terá uma longa vida - assegurou Dilma.
Ela aproveitou o evento para fazer uma defesa veemente ao modelo de alianças partidárias que seu governo adotou. Dilma creditou todas as conquistas que obteve como presidente - citou por exemplo o fato de que 22 milhões de pessoas deixaram a extrema pobreza desde que assumiu o poder - à parceria que mantém com o PMDB.
- Essa nossa capacidade de estruturar e fazer coalizões constrói estabilidade e harmoniza diferentes interesses, num país complexo como o nosso. Desde que começamos a eleger presidentes pelo voto direto, após a abertura, apenas um governo nao contou com coalizão ampla e foi o único que nao concluiu seu mandato. Foi com coalizão que o Brasil conquistou suas maiores conquistas. Em meu governo a colizão tem alcançado grandes resultados - afirmou.
Ao pegar o microfone para agradecer as palavras da presidente, Temer disse que a aliança entre os dois é "inafastável".
Na carta lida por Falcão, Lula reforçou a importância da parceria do PMDB com o governo federal. A mensagem, dada na convenção nacional do PMDB ques está sendo realizada neste sábado teve a intenção de afastar especulações de que os petistas pudessem abandonar Michel Temer, mas isso não foi explicitado.
- No meu governo o PMDB deu contribuição fundamental, no da presidenta Dilma estreitamos ainda mais. Michel tem cumrpido papel significativo. Um partido que ostenta em sua história este leque de dirigentes, lado a lado com Dilma, haveremos de garantir um futuro melhor para o povo brasileiro - disse Lula em sua carta, citando ícones do partido aliado, como Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela, Barbosa Lima Sobrinho e Marcos Freire.
Encarregado de levar a mensagem do ex-presidente, Rui Falcão também aproveitou para registrar publicamente que o PT não planeja tirar o PMDB da chapa de Dilma em 2014.
- O PMDB não é apenas parceiro nosso nessa grandiosa obra de governo que estamos fazendo, é nosso parceiro porque tem história, democracia, luta, por isso estamos irmanados no projeto de transformação do Brasil e queremos ficar assim por muito tempo - disse, fazendo questão de citar, em sua saudação o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que quer se eleger governador no ano que vem
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