segunda-feira, 11 de março de 2013

MÉDICA ACUSA DE MORTES DESQUALIFICA TESTEMUNHAS


SÃO PAULO - Ex-chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, Virgínia Soares de Souza disse, em entrevista ao "Fantástico", que é inocente e desqualificou testemunhas que a acusam de abreviar a vida de pacientes na ala que chefiou por sete anos.
- Nunca fui negligente. Nunca fui imprudente. Nunca tive uma infração ética registrada e exerci a medicina de forma consciente e correta. Não sou Deus, não sou perfeita. Erros podem ter acontecido, jamais de forma intencional - afirmou a médica em entrevista gravada pelo advogado dela, dentro da cadeia, a pedido do Fantástico e autorizada pela Justiça.
Foi a primeira vez que a médica falou sobre o assunto. Presa desde o dia 19 de fevereiro, a ex-chefe de UTI foi indiciada por homicídio qualificado e formação de quadrilha. Ela é acusada de antecipar mortes de pacientes do setor. Virgínia disse que as testemunhas - funcionários do hospital - não sabem do que estão falando porque não são médicos. Outras, segundo ela, estão agindo motivadas por vingança. Virgínia aceitou dar a entrevista contanto que não houvesse filmagem, mas apenas a gravação de sua voz.
- Nós ficamos submetidos a julgamento de pessoas que não têm capacidade de compreensão - defende-se.
Em relação às gravações telefônicas usadas pela polícia para pedir o indiciamento dela, a médica diz que "escolheu mal as palavrar" ao conversar com assistentes da UTI e que isso causou interpretações equivocadas. Numa delas, em que conversa com um anestesista, também preso, ela fala em "desentulhar a UTI". Para a polícia, trata-se de uma referência à abreviação das internações.
- Foi um termo infeliz que a gente fala em conversa informal. Mas é desesperador você chegar a um plantão e perceber que de 14 pacientes, cinco, seis deles não têm o que se fazer por eles.
O inquérito entregue ao Ministério Público menciona 26 mortes suspeitas na UTI do hospital.


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