Prédios comerciais na Zona Sul de São Paulo: IPTU pode ter alta de até 35% (Cristiano Mariz)
O reajuste incidirá não sobre a alíquota do imposto (que varia de 1% a 1,6% em São Paulo, dependendo do padrão do imóvel), mas sobre seu valor venal. Esse número é usado pelos órgãos públicos como estimativa do real valor de um bem, para meios de tributação. Ele não leva em consideração se o mercado está se valorizando, a localização do imóvel ou o cenário imobiliário. Por isso, o valor venal é obrigatoriamente menor do que o valor de mercado de um determinado bem.
O projeto de Haddad prevê, sob a justificativa de que o mercado imobiliário paulistano sofreu grande valorização nos últimos anos, que o valor venal seja reajustado. Em bairros como Jardim Paulista e Alto de Pinheiros, por exemplo, o reajuste previsto no texto-base é de 19,5% apenas em 2014 — sem contar a possibilidade de um reajuste progressivo nos anos seguintes. A alíquota não mudará. Mas o valor vai pesar no bolso dos contribuintes do município, sobretudo dos habitantes de bairros de classe média e classe média alta. "Ocorre que o IPTU é um tributo direto. Ou seja, é o próprio contribuinte quem paga, diferente do ICMS, por exemplo, que é repassado pelo comerciante ao consumidor. Portanto, é um tributo de alta visibilidade. Além disso, onera um bem essencial, que é a moradia", afirma Alice Gontijo Santos Teixeira, do escritório de advocacia Sacha Calmon.
O Sacha Calmon elaborou para o site de VEJA um ranking com as maiores alíquotas de IPTU entre as capitais brasileiras para imóveis de valor venal equivalente a 400 mil reais. São Paulo e Recife encabeçam a lista.
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