sexta-feira, 31 de julho de 2015

NOVO DELATOR DA LAVA JATO VAI DEVOLVER 38 MILHÕES DA PROPINA

O empresário Mário Góes, ligado ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em audiência na Justiça Federal
O empresário Mario Goes, ligado ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em audiência na Justiça Federal(Reprodução/VEJA)
O novo delator da Operação Lava Jato, Mario Goes, agora em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, vai pagar multa de 38 milhões de reais por seu envolvimento em crimes financeiros, lavagem de dinheiro, corrupção e evasão de divisas no esquema do petrolão. O valor da multa, prevista no acordo de colaboração com o Ministério Público Federal, será destinado ao ressarcimento "dos bens jurídicos protegidos", no caso os cofres da estatal petrolífera.
Na hipótese de a Lava Jato encontrar depositados em suas contas bancárias mais de 8,5 milhões de dólares, o valor excedente será acrescido à multa compensatória cível.
Goes já realizou treze depoimentos e revelou, entre outros pontos, o trajeto percorrido pelo dinheiro ilícito. Declarou também que "o PT dava algum suporte" ao esquema de corrupção na Petrobras - a Diretoria de Serviços, onde Goes transitava, era dirigida pelo engenheiro Renato Duque, indicado pelo partido. Duque está preso.
Faz parte da obrigação assumida pelo delator a indicação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas das organizações criminosas "de que tenha ou venha a ter conhecimento". Também terá que apontar pessoas físicas e jurídicas utilizadas pelas organizações para a prática de ilícitos.
No acordo de delação que assinou, Mario Goes aceita também pegar uma condenação a pena máxima unificada de quinze anos. Na prática, essa pena será substituída por "regime fechado diferenciado", ou seja, em sua casa, por um ano e seis meses. Depois, mudará para regime semiaberto e, cumulativamente, prestar serviços à comunidade por quarenta horas mensais.

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