Marcada nos últimos meses por uma convulsão política, social e econômica, a Venezuela deu, na semana passada, um passo decisivo para a ruptura com a ordem democrática. Sob intensos protestos, os eleitores foram convocados – mais que isso, alguns foram constrangidos e ameaçados – a participar de um pleito com regras desenhadas para favorecer o governo do presidente Nicolás Maduro e perpetuar o chavismo no poder. A instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte derruba a Constituição escrita por Hugo Chávez (1954-2013), anula as funções da atual Assembleia Nacional, de maioria opositora, e concede poderes ilimitados para aliados do governo reformar todo o Estado venezuelano, inaugurando mais um período sombrio da história do país. A tentativa de Maduro de legitimar um regime ditatorial teve o apoio de 8 milhões de pessoas (41% do eleitorado venezuelano), segundo o órgão eleitoral venezuelano controlado pelo governo. Em outras estimativas, o comparecimento é bem menor do que aparece nos dados oficiais
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