Para Gilmar, o acordo de delação negociado por Janot, que incluía o primeiro áudio da conversa gravada por Joesley Batista, dono da JBS, mas ignorava a existência do segundo áudio, revelado na segunda-feira (4/9), "é um desastre". "É a maior tragédia que já ocorreu na Procuradoria-Geral em todos os tempos. Não tem nada igual", disse Gilmar, na embaixada do Brasil em Paris, onde cumpriu agenda oficial.
Contudo, na avaliação do ministro do STF, é uma "sorte do Brasil" que a denúncia de Janot tenha ocorrido porque, segundo ele, revelaria a "desinstitucionalização" da PGR e o trabalho "malfeito" dos procuradores na investigação.
Questionado pela reportagem se via uma relação promíscua entre delatores, como Joesley, e a Procuradoria - o ex-procurador da República Marcelo Miller é suspeito de ter auxiliado o empresário a preparar as gravações -, Gilmar Mendes foi taxativo: "Com certeza. É fato gravíssimo", disse, estimando que o acordo de delação firmado entre a PGR e Joesley "terá de ser completamente revisto"
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