Marina Silva e Eduardo Campos: acordo fechado às pressas
Ao se filiar ao PSB neste sábado, Marina descartou concorrer ao Planalto , disse que o partido já tem uma candidatura "posta" e declarou apoio a Campos, tratado como presidenciável no evento. A ex-senadora, no entanto, evitou falar sobre a vice.
“Essa decisão é uma surpresa, principalmente porque o PSB está distante do discurso ideológico que a Rede Sustentabilidade vinha construindo”, avalia a cientista política Maria do Socorro, professora da Ufscar. “Enquanto o PSB caminha para a direita, defendendo uma agenda cada vez mais neoliberal, a Marina vinha se portando como uma nova opção de sustentabilidade.”
Cientista político da PUC-SP, Pedro Fassoni Arruda lembra que “a proposta dela era oferecer algo diferente dos partidos tradicionais”: “Essa filiação com o PSB vai frustrar muitos simpatizantes”, avaliou.
David Fleischer, cientista político da UnB, pensa diferente. “Acredito que ela perde sendo vice-presidente, mas antes ser vice de um partido grande do que ser presidente de um partido mal estruturado.” Ele aposta que o reforço na candidatura de Campos será tamanha que “o partido vai para o segundo turno”.
Chances Eleitorais
Já o cientista da Unicamp afirma que as chances de vencer as eleições no ano que vem seriam maiores se Marina fosse a candidata e Campos seu vice. “Aí tanto o PSDB quanto o PT teriam de colocar as barbas de molho. De qualquer forma, o Lula vai ter de fazer mais comício do que imaginava.”
Romano lembra que o governador de Pernambuco tem uma herança política no Nordeste e a Marina eleitorado no Brasil inteiro, com simpatizantes até na extrema esquerda. “Ela pode causar um estrago grande aos partidos favoritos.”
Para Fleischer, os eleitores estão cansados do PT e PSDB e querem uma terceira opção. “A Marina, nesse caso, pode ser uma boa alternativa.” Romano concorda, mas acredita que essa “terceira via” só será bem sucedida se a ex-senadora resistir à tentação de bater de frente com Campos.
“Ela tem uma tradição de relação tensa com os partidos. A Rede era um projeto quase pessoal para abriga-la como presidente”, diz ele. “A menos que ocorra um milagre de diplomacia, ela pode ter problemas no curto prazo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário