Centro de lançamento de Alcântara, no Maranhão (Agência Espacial Brasileira)
A Abin também monitorou órgãos ligados à embaixada da França no Brasil. Segundo o documento, o objetivo das ações de espionagem era proteger o setor espacial brasileiro. Ainda de acordo com o jornal, a Abin cita uma “rede de espionagem” da DGSE (Direção-Geral de Segurança Externa, a agência de inteligência francesa), com atividades no Maranhão e em São Paulo.
Um francês funcionário da DGSE que se apresentava como Olivier era um dos alvos da espionagem, segundo documento da Abin, e ele estava na região como professor de kitesurfe. Entre 2002 e 2003, ao menos oito relatórios oficiais foram produzidos sobre as operações de inteligência em Alcântara.
Um ex-funcionário do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) revelou que o governo tinha informações sobre possível atuação de espiões internacionais em Alcântara e, após o acidente de agosto de 2003, que deixou 21 mortos na base de lançamento, a investigação sobre sabotagem prosseguiu.
O governo, porém, não foi capaz de encontrar provas que comprovassem a sabotagem e, oficialmente, a explosão do Veículo Lançador de Satélites (VLS) foi provocada por falhas elétricas e funcionamento antecipado de um dos propulsores do foguete. Procurada pela Folha, a embaixada da França não emitiu comentários sobre o caso.
Alcântara – Em 22 de agosto de 2003, a explosão de um foguete na base de Alcântara provocou a morte de 21 pessoas e a destruição da torre de lançamento no Maranhão. A tragédia esfriou os investimentos brasileiros no setor e fez com que o programa espacial fosse repensado.
O Centro Espacial de Alcântara está em uma posição privilegiada para o lançamento de satélites geoestacionários de comunicação e meteorológicos, os mais visados do mercado de lançamentos. O custo para uma operação de lançamento a partir da lá é 30% menor. Isso ocorre porque a base está próxima do equador, local onde a força de rotação da Terra é mais bem aproveitada para impulsionar os satélites em suas órbitas.
Arapongas – Nesta segunda-feira, veio à tona a revelação que o governo brasileiro espionou diplomatas de três países em suas respectivas embaixadas e residências. Documento oficial da Abin ao qual a imprensa teve acesso detalha dez operações entre os anos de 2003 e 2004 e mostra que o governo monitorou funcionários de países como Irã e Rússia
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