segunda-feira, 3 de agosto de 2015

CONGRESSO VOLTA DO RECESSO PARA PRESSIONAR DILMA

Carlos Moura/CB/D.A Press - 20/9/5
Quinze dias de recesso não foram suficientes para amenizar as crises políticas vividas entre o Planalto e o Congresso. Pior. Na opinião dos próprios governistas e interlocutores palacianos, a temperatura tende a esquentar ainda mais, pois o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deverá colocar em prática tudo o que ele tem em mãos para prejudicar o governo, já que a decisão do rompimento foi anunciada no primeiro dia de recesso parlamentar. As duas novas CPIs — BNDES e Fundos de Pensão — serão instaladas, a CPI da Petrobras será retomada com o depoimento da advogada Beatriz Catta Preta e a pressão para convocações dos ministros Edinho Siva (Comunicações) e Aloizio Mercadante (Casa Civil), e algumas matérias perigosas para a estabilidade econômica estarão na pauta da Câmara. É agosto, o mês do cachorro louco, assim chamado por causa de episódios trágicos no Brasil e no mundo.
Os deputados e senadores voltarão megavalorizados. Vamos precisar de muita conversa e paciência para negociar com nossa base de apoio”, disse um dos articuladores políticos do Planalto. A presidente Dilma Rousseff tenta se antecipar à crise. Está previsto para a noite de hoje um jantar com os líderes da Câmara e do Senado no Palácio da Alvorada para amenizar as hostilidades. Na última quinta-feira, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em emendas parlamentares e a confirmação da indicação de 200 cargos de terceiro escalão nos estados. “É um compromisso que eu tenho que pretendo cumprir até o fim da primeira quinzena de agosto”, disse Padilha.
Para o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), será um Congresso muito mais tenso que retornará de férias. “É um Congresso também muito mais prevenido contra as medidas anunciadas pelo governo. Afinal, nenhum remédio adotado pelo Planalto surtiu efeito”, disse Agripino. Só no terreno econômico, ele lembra que o país vive o pior deficit fiscal dos últimos anos, a taxa básica de juros já está em 14,25% e, ainda assim, a crise econômica não acaba.
Agripino afirmou ainda que os parlamentares estarão solidários aos governadores, que foram chamados para uma reunião no Palácio da Alvorada na última quinta-feira e não conseguiram quase nada do que pretendiam. “Para piorar, a presidente ainda quis dividir com eles uma crise provocada pelo desgoverno da gestão dela”, afirmou o senador. O parlamentar potiguar lembra que existem projetos polêmicos em pauta que serão analisados com atenção pelos oposicionistas, como, por exemplo, a “repatriação de recursos de caráter duvidoso”, uma das apostas do Planalto para compensar o fundo estadual para garantir recursos aos governadores.

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