Uma prévia aberta "não apenas aos filiados, mas aos eleitores em geral" é a resposta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), 71, ao suposto plano da cúpula do PT de sacrificá-lo em 2014, em troca de uma coligação mais ampla.
No ano que vem, quando o Senado renovará um terço das cadeiras, Suplicy pretende disputar seu quarto mandato consecutivo no Senado --se conseguir a única vaga da coligação petista.
No dia 6, o senador conseguiu 15 minutos com Lula, surpreendendo-o em seu escritório em São Paulo. A ideia de procurar o ex-presidente sem agendar partiu do filho Supla, ao pai, que tentava ser recebido havia meses
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Folha - Qual sentimento o sr. teve ao saber que o PT fez reunião para discutir a sucessão no Senado sem convidá-lo?
Eduardo Suplicy - Durante o final de semana, eu pensei bastante, conversei com meus filhos, com a Mônica Dalari [namorada do senador], fui comer uma pizza com o Supla e a namorada dele. Pensei em escrever uma carta aberta. O Supla me disse: "Pai, porque você não vai lá? Fala com ele. Você é amigo do Lula".
Eduardo Suplicy - Durante o final de semana, eu pensei bastante, conversei com meus filhos, com a Mônica Dalari [namorada do senador], fui comer uma pizza com o Supla e a namorada dele. Pensei em escrever uma carta aberta. O Supla me disse: "Pai, porque você não vai lá? Fala com ele. Você é amigo do Lula".
É constrangedor ter que pedir para participar da discussão?
É próprio reivindicar que possa ser ouvido, como meus filhos sugeriram. Não acho absurdo. Teria sido gentil da parte deles ter me convidado àquela reunião, pois discutiram a candidatura ao cargo onde estou. Teria sido gentil.
É próprio reivindicar que possa ser ouvido, como meus filhos sugeriram. Não acho absurdo. Teria sido gentil da parte deles ter me convidado àquela reunião, pois discutiram a candidatura ao cargo onde estou. Teria sido gentil.
O que o sr. pediu a Lula?
Fiz uma visita de surpresa. Disse que soube da reunião onde consideraram a hipótese de eventualmente ceder a vaga a outro partido. Lembrei das fortes raízes que tenho com o PT e com ele próprio. O Lula me disse: "Eduardo, não há possibilidade senão de você ser candidato ao Senado".
Fiz uma visita de surpresa. Disse que soube da reunião onde consideraram a hipótese de eventualmente ceder a vaga a outro partido. Lembrei das fortes raízes que tenho com o PT e com ele próprio. O Lula me disse: "Eduardo, não há possibilidade senão de você ser candidato ao Senado".
Por que de surpresa?
Fui de surpresa porque fazia tempo que estava pedindo e não era marcado. Liguei, já estava no caminho, disse à secretária que estava indo lá. Disse que precisava só de dois minutos e ele me recebeu por 15. Ele sabia que há dois, três meses eu vinha pedindo a oportunidade de um diálogo.
Fui de surpresa porque fazia tempo que estava pedindo e não era marcado. Liguei, já estava no caminho, disse à secretária que estava indo lá. Disse que precisava só de dois minutos e ele me recebeu por 15. Ele sabia que há dois, três meses eu vinha pedindo a oportunidade de um diálogo.
O sr. disse a Lula que só desiste da prévia se ele concorrer?
Ele falou: "Eduardo, eu não vou ser candidato. Quero ajudar o partido, a Dilma".
Ele falou: "Eduardo, eu não vou ser candidato. Quero ajudar o partido, a Dilma".
O sr. concorreria à Câmara?
É claro que é uma boa coisa, me sinto honrado de acharem que eu poderia ter uma ótima votação. Só que considero que será bom o partido pensar bem. Considerando que os demais partidos terão candidatos muito fortes [ao Senado], acho que sou um candidato forte também. É muito bom para o fortalecimento da presidenta em São Paulo ser apoiada por um candidato ao Senado forte, se possível do PT.
É claro que é uma boa coisa, me sinto honrado de acharem que eu poderia ter uma ótima votação. Só que considero que será bom o partido pensar bem. Considerando que os demais partidos terão candidatos muito fortes [ao Senado], acho que sou um candidato forte também. É muito bom para o fortalecimento da presidenta em São Paulo ser apoiada por um candidato ao Senado forte, se possível do PT.
Qual a garantia que o senhor tem de que será candidato?
Na segunda, o Rui Falcão [presidente nacional do PT] me ligou e disse que, por enquanto, o candidato sou eu. Chegou a mencionar como exemplo que o presidente do PSD, um dos partidos coligados, queira propor que a vaga ao Senado seja do PSD.
Na segunda, o Rui Falcão [presidente nacional do PT] me ligou e disse que, por enquanto, o candidato sou eu. Chegou a mencionar como exemplo que o presidente do PSD, um dos partidos coligados, queira propor que a vaga ao Senado seja do PSD.
O sr. admite disputar a vaga de candidato ao Senado?
Pelo menos 15 ou 20 pessoas poderiam ser candidatas dentro do PT, ser eleitas e se tornar brilhantes senadores. Defendo uma prévia aberta, não apenas aos filiados, mas até aos eleitores em geral.
Pelo menos 15 ou 20 pessoas poderiam ser candidatas dentro do PT, ser eleitas e se tornar brilhantes senadores. Defendo uma prévia aberta, não apenas aos filiados, mas até aos eleitores em geral.
Se um grupo restrito decidir o candidato, o sr. deixa o PT?
Não vai ser assim. Acredito na força da base do partido, da militância e na voz do povo. Vai ser um processo natural de escolha. As pessoas estão sendo ouvidas
Não vai ser assim. Acredito na força da base do partido, da militância e na voz do povo. Vai ser um processo natural de escolha. As pessoas estão sendo ouvidas
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