segunda-feira, 24 de março de 2014

GOVERNO QUER FORÇAS ARMADAS NO RIO DE JANEIRO ATÉ O FINAL DO ANO

UPP de Manguinhos recebe novos contêineres após ataques. Expectativa é que Forças Armadas sejam convocadas nesta segunda-feira
UPP de Manguinhos recebe novos contêineres após ataques. Expectativa é que Forças Armadas sejam convocadas nesta segunda-feira 
O uso de forças federais na defesa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas cariocas, alvos de uma série de ataques recentes, deverá ser formalizado nesta segunda-feira em uma reunião entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o governador do Rio, Sérgio Cabral. Eles definirão detalhes da participação da União no combate às organizações criminosas que, nas últimas semanas, voltaram a investir contra as UPPs. Segundo o Ministério da Defesa, que também terá representantes no encontro, tropas federais já estão prontas para entrar em ação. O plano é que os soldados entrem, imediatamente, no patrulhamento das áreas mais sensíveis da capital fluminense e só saiam de lá no fim de 2014, depois não só da realização da Copa do Mundo, como também do primeiro e segundo turno das eleições, marcado para o final de outubro. 
A proposta surpreendeu e desagradou a autoridades das Forças Armadas pelo extenso e "indevido" período. Estas e outras propostas serão negociadas nesta segunda-feira. Consultada por Cabral, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o processo de forças federais no combate ao tráfico de drogas seria estudado. O governador do Rio quer que as Forças Armadas assumam o Complexo de Favelas da Maré, localizada na Zona Norte da capital fluminense, onde a população passa dos 140.000 habitantes e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) já está presente desde a semana passada, quando houve ataques de bandidos às UPPs. O Exército, principalmente, substituiria os homens do Bope. A região foi escolhida pela posição estratégica, uma vez que a favela fica na área das vias de entrada e saída da capital, cortando a Avenida Brasil, além das Linhas Amarela e Vermelha, pontos cruciais de escoamento durante a Copa do Mundo.
Planejamento - A entrada das Forças Armadas na capital fluminense não deverá acontecer tão imediatamente como deseja o governo estadual. Ela terá de ser precedida de planejamento e trabalho de inteligência e logística. Embora as Forças Armadas já estejam preparadas e trabalhando para entrar no Rio em maio, permanecendo nas ruas até o fim de julho, compreendendo o período pré e pós Copa do Mundo, a antecipação do desembarque das tropas representa uma dificuldade. Os militares reconhecem que a estratégia política usada por Cabral e a forma como o apelo foi feito será impossível não atender, até porque se criou uma enorme expectativa e este é um desejo no governo estadual, da população e até da presidente.
Para que a operação seja colocada em prática, deverá haver ainda um pedido formal do governo do Estado a Dilma para que ela assine um decreto autorizando a entrada das tropas.
Todo o trabalho das Forças Armadas será semelhante ao ocorrido em anos anteriores, nos morros do Alemão e da Penha. Embora não tenha havido definição ainda de número de militares a serem empregados na operação, a expectativa 2.400 homens trabalham para garantir a segurança.
Uma das queixas dos militares em missões como esta, quando uma operação das Forças Armadas acontece em conjunto com a Polícia Militar dos estados, é em relação à carga horária de trabalho. Nas PMs, em muitos casos, o regime de trabalho é de 24 horas de trabalho, por 36 ou até 48 horas de folga, dificultando a mobilização de pessoal, o que não acontece nas Forças Armadas

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