Cabral recebeu a – há muito tempo cantada e esperada – visita da Polícia Federal às 6 horas da manhã, em seu apartamento no bonito bairro do Leblon. Na hora de sair no carro da PF, lembrou-se do gosto amargo que o poder lhe rendeu: foi vaiado e xingado por populares que comemoravam sua detenção. No início de seu governo, Cabral experimentou a popularidade e o direito de falar várias bobagens em público; mas, desde 2013, teve de acostumar-se. O estado está falido financeiramente e Cabral é figura lembrada.
A conta final veio nesta quinta-feira cedo. A PF colocou na rua 230 policiais para cumprir os 62 mandados (oito de prisão preventiva) da Operação Calicute, um filhote da Lava Jato. Executou a prisão de Cabral com base em dois pedidos – um do juiz Sergio Moro, outro do juiz Marcelo Bretas –, baseados nas delações premiadas de Fernando Cavendish, da Delta Engenharia, a empreiteira preferida de Cabral em seu governo, e de executivos da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia. Nos cálculos da Polícia Federal, Cabral comandou um esquema que desviou cerca de R$ 225 milhões dos cofres públicos.
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