quinta-feira, 24 de novembro de 2016

DEPOIMENTO DE PEDRO CORRÊA DETONA LULA



"Em 2006 eu fui procurar o presidente Lula para tratar de assunto financeiro, de dinheiro, de ajuda de campanha. E ele disse que nós não precisávamos de dinheiro porque estávamos muito bem atendidos financeiramente pelo senhor Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras), que ele sabia, porque o Paulinho dizia isso a ele. Ele foi muito claro, nessa posição", afirmou Corrêa.

A audiência não pode ser concluída integralmente em decorrência de "inúmeros incidentes levantados pela defesa", conforme registrou o juiz federal Sérgio Moro. Das quatro testemunhas de acusação inscritas pela força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, contra Lula, para serem ouvidos nesta quarta-feira, foram ouvidos ainda o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco - ambos, delatores. O quarto interrogado, será ouvido nesta sexta-feira, 25.

"Em vista dos inúmeros incidentes levantados pela Defesa de Luiz Inácio e Marisa Letícia que impediram normal colheita do depoimento da testemunha Pedro Corrêa, não foi possível encerrar as oitivas na presente data", registrou Moto, no termo de audiência.

Alta tensão


Na mesma linha da primeira audiência do processo contra Lula, em Curitiba, marcada por 29 embates entre defesa, juiz e procuradores, as oitivas desta quarta foram tomadas por interrupções dos depoimentos. Em pelo menos dois momentos, Moro determinou a interrupção da audiência.

"É inapropriado esse comportamento processual da defesa, é inadequado. Eu peço que voltem às questões a serem colocadas à testemunha, e parem de tumultuar a audiência", afirmou Moro.
O depoimento de Corrêa foi o primeiro, mais longo e mais tumultuado do dia. Em processo de delação premiada, o ex-deputado - preso desde 10 de abril de 2015, em Curitiba - acusa Lula de envolvimento no esquema de divisão de cargos na Petrobras entre partidos da base aliada para arrecadação de propinas.

Os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins, José Roberto Batochio e José Cirino dos Santos, interromperam o interrogatório da testemunha e bateram boca com o juiz. A audiência de Corrêa chegou a ser interrompida por duas vezes por Moro, na mais tensa oitiva de testemunhas da Lava Jato nesses 2 anos e 8 meses de investigações.

Eles questionaram a validade das declarações de Pedro Corrêa, que foi chamado de "meia testemunha" pela defesa de Lula

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