sábado, 19 de novembro de 2016

DELATOR DA LAVA JATO VAI CUMPRIR PENA EM REGIME DOMICILIAR

Yousseff deixa a prisão.Ele se tornou a principal testemunha da Lava Jato (Foto: Paulo Lisboa/Folhapress)
Na cadeia, Youssef dava trabalho. Chegou a ser investigado por fumar maconha na carceragem. Acusou, sem provas, policiais de fazer um grampo ambiental em sua cela. Mas o doleiro ganhou alguma credibilidade entre boa parte dos procuradores da República e delegados federais, embora alguns investigadores da Operação Lava Jato ainda vejam nele um criminoso incorrigível. Ele teria de cumprir três anos de prisão em regime fechado, mas, como sua colaboração foi considerada eficiente, ele conseguiu um aditivo, homologado pelo Supremo Tribunal Federal no dia 17 de dezembro de 2015, como antecipado pela coluna EXPRESSO no fim do ano passado. Pelo benefício, ele teve os últimos quatro meses de reclusão convertidos para regime domiciliar. Isso ocorreu porque sua colaboração foi uma das principais peças para levar políticos ao banco dos réus e para condenar empreiteiros. Embora nenhum político relevante tenha sido condenado até agora na Operação Lava Jato e o doleiro não tenha dado prova cabal suficiente, por si só, para condenar nenhum político, Youssef deu contribuições importantes. Foi ele quem citou pela primeira vez o pagamento de propina, feito por outro operador, para o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) por um contrato na Petrobras. Pelos efeitos da ação penal sobre esse repasse de propina, Cunha teve o mandato cassado na Câmara dos Deputados e acabou vizinho de cela de Youssef em Curitiba em meados de outubro. Youssef também explicou os rastros financeiros que embasaram denúncias contra o senador Fernando Collor de Mello (PTB) e contra boa parte das bancadas do PP na Câmara dos Deputados e no Senado.

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