Foto feita pela polícia italiana logo após a prisão de Henrique Pizzolato. Caso seja extraditado para o Brasil, poderá responder pelo crime de falsa identidade, cuja pena varia de 3 meses a 1 ano de prisão |
Nas eleições seguintes, o título de Celso não foi usado. Por isso, em 2011, o autor da falsificação regularizou a situação, após pagar multa. Em 2012, ele não utilizou o documento para votar nem buscou um cartório eleitoral para solucionar a pendência. Pizzolato também obteve passaporte, identidade e CPF em nome do irmão. O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, disse que a falsificação poderia ter sido evitada se o país já tivesse o cadastro biométrico de todos os eleitores. “Todos estamos surpresos. Isso só revela que o sistema eleitoral precisa ser aprimorado. Daí a biometria, para ter certeza de que aquele que apresenta o título é realmente o detentor”, disse o ministro, que pedirá ao Ministério Público para investigar o caso.
Na minuciosa estratégia traçada por Henrique Pizzolato para fugir do país, o risco de ser condenado na Itália a até três anos de prisão pelo uso de documentos falsos foi calculado como vantajoso. Se tivesse permanecido em território nacional, ele teria de cumprir pena de 12 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, em decorrência da condenação no julgamento do mensalão. A polícia especial de Modena, onde Pizzolato está detido, informou que, com ele, foram localizados documentos de outros países, sendo “muitos falsos”. A pena máxima no país europeu chega a três anos, mas como ele é idoso (62 anos), dificilmente ficaria mais de um ano encarcerado.
A deputada ítalo-brasileira Renata Bueno, primeira parlamentar nascida no Brasil a se eleger para o parlamento italiano, contou ao Correio que o sistema prisional da Itália é bem mais estruturado que o do Brasil. Pizzolato está detido, segundo ela, em uma cela com outras duas pessoas no presídio que apresenta boas condições de conservação. A parlamentar disse ter sido informada sobre a prisão pelo diretor-geral da Polícia Criminal da Itália, que, segundo ela, lhe telefonou logo depois de ele ser detido na casa de um sobrinho, em Maranello, cidade conhecida pela fábrica e o museu da Ferrari. Ela mostra-se favorável à extradição de Pizzolato, que tem dupla nacionalidade. “A Itália já extraditou vários italianos em casos com os Estados Unidos, por exemplo. Com o Brasil, nunca, porque o Brasil proíbe a extradição de seus nacionais. Como não há reciprocidade, a Itália não tem obrigação de cumprir, mas tem a faculdade de decidir. Acho que há chance sim, é possível, mas vai depender do trabalho do governo brasileiro perante as autoridades italianas”, destacou Renata Bueno
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