sábado, 21 de junho de 2014

P.T. DEFINE DILMA COMO CANDIDATA A PRESIDÊNCIA


Estacionada nos 40% de intenções de votos, segundo pesquisas mais recentes, a preocupação é com um possível segundo turno (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estacionada nos 40% de intenções de votos, segundo pesquisas mais recentes, a preocupação é com um possível segundo turno


O PT oficializa hoje, em Brasília, a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição, mas precisará resolver uma lista de problemas ao longo da campanha, que começa formalmente no início de julho. Líder nas pesquisas, a presidente da República conseguiu estancar a queda e estabilizar-se nos 40%, mas enfrenta uma alta rejeição alta, o que pode dificultar a disputa em segundo turno. A economia não é tão pujante como era em 2010, quando Dilma elegeu-se pela primeira vez. E os aliados, sobretudo nos estados, dão sinais de possíveis baixas — o próprio PMDB aprovou a indicação de Michel Temer como vice com um percentual de 59% dos convencionais.

Some-se a isso o fato de o PT estar há 12 anos no poder, o que acarreta uma inevitável fadiga de material. “Mesmo nos estados, são poucos os casos em que um partido manteve o poder por mais de três mandatos. Será, sem dúvida, a nossa eleição mais difícil”, resumiu o vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE). Os petistas também precisam remodelar o discurso, pois todas as recentes pesquisas de opinião mostram que mais de 70% dos brasileiros querem mudanças a partir de 2015. “É um desafio para nós, precisamos reciclar nossa plataforma”, completou.
                   
Na convenção de hoje, caberá ao presidente nacional do partido, Rui Falcão, a missão de fazer um desagravo público a Dilma em relação às vaias direcionadas a ela durante o jogo Brasil e Croácia, na abertura da Copa do Mundo. “Os xingamentos diante de chefes de Estado, de crianças e famílias, deveriam envergonhar quem os proferiu. Infelizmente, tiveram guarida entre adversários que sonharam em tirar proveito eleitoral da falta de educação de uma certa elite. O tiro saiu pela culatra. A presidente vai, sim, colher nas urnas de outubro a apoio popular para um novo mandato.”

Dilma fica dividida entre o que ela quer e o que o PT deseja — existe um impasse sobre o momento em que ela deve recrudescer ainda mais os ataques à oposição. A presidente já fez a inflexão em direção ao “arrocho salarial e o desemprego provocado pelos governos tucanos”, mas há quem defenda — leia-se o ex-ministro Franklin Martins — que os ataques sejam cada vez mais incisivos. O marqueteiro João Santana defende que esse acirramento se dê apenas durante a campanha propriamente dita. “Ela tinha adotado uma agenda de ‘faxineira e gestora’ quando a agenda é de desenvolvimento econômico e social. Ficou refém disso e depois teve que se abraçar com os mesmos políticos que tinha execrado. Claro que repercute mal na opinião pública”, disse um dos integrantes da cúpula da campanha petista, explicando a queda na avaliação pessoal da presidente

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