terça-feira, 29 de maio de 2018

CAMIONEIROS NÃO CONFIAM EM MICHEL TEMER

Júlio Zerbatto/Futura Press
 - Depois de sofrer boicote do presidente Michel Temer em acordo com caminhoneiros, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), responsabilizou a falta de didatismo do governo federal pela continuidade da greve.
O governador afirmou que ouviu três pedidos dos grevistas que, se atendidos, serão suficientes para desmobilizar a greve em três horas.
O primeiro é que o governo esclareça em uma tabela o valor do frete mínimo aprovado em medida provisória por subcategoria como os que transportam por carreta ou basculante.
O segundo pedido é que o desconto de R$ 0,46 seja fixado em cima do preço do litro do diesel do sábado (19), anterior ao início da greve, que era de R$ 3,59 em São Paulo.
O terceiro pleito é a anistia de multas e pontuações nas carteiras de habilitação dos grevistas.
"O caminhoneiro tem que ser convencido a entrar de volta na boleia e fazer o seu serviço e só será convencido se tiver esclarecimento. Hoje eles não estão esclarecidos. A sensação que eles têm é que nós estamos empurrando para poder resolver a situação da gente e eles vão continuar com o problema deles", criticou França nesta segunda (28).
"Claro, há desconfiança. Já é difícil confiar em político, quanto mais nessa circunstância", disse após se reunir de novo com grevistas no Palácio dos Bandeirantes.
Candidato à reeleição desconhecido da população, França tenta ocupar um vácuo do poder político nas negociações. A tentativa de acordo de Temer da semana passada fracassou, e as novas medidas anunciadas pelo governo federal ainda não foram suficientes para desmobilizar por completo a greve.
"Alguém precisa destravar esse negócio. Se não tiver paciência de dialogar, [não avança]", constatou.
No domingo (27), Temer boicotou o acordo que o governador paulista costurava em estágio avançado com os caminhoneiros. Deixou de garantir o congelamento do preço do diesel por 60 dias, medida que ele próprio anunciou horas depois na televisão.
França cutucou Temer, que não retornou seus telefonemas ao longo de toda a segunda. "Vou ligar para o presidente. Espero que a gente tenha mais sucesso dessa vez", disse em entrevista a jornalistas

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