terça-feira, 13 de agosto de 2013

SENADO VAI INSTALAR CPI DO METRÔ

Senadores do PT decidiram nesta terça-feira (13) apoiar a instalação de CPI mista (com deputados e senadores) no Congresso para investigar o suposto esquema de irregularidades em licitações do metrô e da CPTM em São Paulo. A bancada do PT no Senado já elaborou o pedido de criação da comissão parlamentar de inquérito, mas vai consultar outros partidos aliados da presidente Dilma Rousseff para começar a buscar apoio para a sua instalação.
Para que a CPI seja criada, são necessárias assinaturas de 27 senadores e 171 deputados. A estratégia de instalar CPI mista tem como objetivo barrar manobra do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que ontem instalou duas comissões parlamentares de inquérito que estavam na fila da Câmara --o que fez com se atingisse o limite máximo de cinco CPIs simultâneas na Casa.
Até a semana passada, o PT evitava falar em CPI no Senado para investigar o caso Siemens, mas mudou de ideia porque o partido agora considera que há indícios de "formação de quadrilha" que pode ter atuado em outros Estados do país, além de São Paulo.
"A ampliação do volume de informações sobre as investigações, não apenas em São Paulo, faz crescer a motivação para coletarmos assinatura para a CPI mista. Na semana que vem, teremos uma posição definitiva após conversa com outros líderes da base", disse o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI).
Na semana passada, a Folha revelou que o ex-governador José Serra (PSDB) sugeriu um acordo à multinacional Siemens para evitar atraso em uma compra de trens.
Os petistas mantém o discurso de que a CPI não será uma "revanche" do PT contra o PSDB, principal adversário da sigla em São Paulo. "A gente precisa não permitir que a CPI seja vista como um revanche PT x PSDB em São Paulo ou nacional. Como criticamos quem apresenta CPI para qualquer assunto, queremos ter cuidado para não apresentar um requerimento que poderá ser arquivado", afirmou Dias.
Além de propor a CPI, os petistas também vão apresentar requerimentos para convocar os envolvidos no suposto esquema de irregularidades em licitações do metrô. A bancada do PT ainda discute quem deve ser convocado a falar aos senadores e vai elaborar uma lista daqueles que devem ser chamados a depor.
Os petistas afirmam que a convocação dos envolvidos não reduz a força da CPI para investigar o caso. "Se a pessoa tiver mais revelações, isso nos dá segurança para contribuir com as investigações", afirmou Dias.
Entre os que devem ser chamados a depor, está Adilson Primo, que foi presidente da Siemens do Brasil. Os petistas também querem ouvir ex-secretários de Transportes de governo do PSDB em São Paulo para discutir o caso no Congresso.
Como a Folha revelou, a multinacional alemã Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo paulista soube e deu aval à formação de um cartel para licitações de obras do metrô no Estado. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Polícia Federal investigam a formação de cartel nos trens do Estado.
A negociação com representantes do Estado, segundo a Siemens, está registrada em "diários" apresentados pela empresa ao Cade, autarquia vinculada ao Ministério da Justiça Brasileiro.
Alckmin negou que o governo tenha dado aval à formação de cartel em licitação da linha 5 do metrô em 2000, conforme indicam os documentos apresentados ao Cade pela empresa Siemens.

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